Manipuladores de carbureto sofrerão processo criminal

Se confirmar uso do produto químico, comercialização de tucumã será suspensa

Manipuladores de carbureto sofrerão processo criminal Foto: Eldiney Alcântara Notícia do dia 14/08/2015

Após o surto de intoxicação em Parintins, supostamente causado pelo consumo de queijo coalho e tucumã, a Vigilância Sanitária afirma que fornecedores que usam o carbureto para amadurecimento de alimentos serão indiciados em processo criminal. Análises são feitas em laboratório, em Manaus, para confirmação de manipulação ou não do produto químico. A cidade está em alerta e a comercialização de queijo coalho e tucumã está suspensa na cidade.

 

De acordo com a gerente da Vigilância Sanitária, Ianne Maria Pereira, o surto de intoxicação intestinal que atingiu cerca de 40 pessoas na semana passada deixou em alerta o setor para maior fiscalização e controle junto ao comércio do produto. Fiscalizações acontecem em feiras, mercados e comércios fixos na cidade.

 

Parintins tem um comércio bastante numeroso, no entanto, a Vigilância Sanitária tem apenas 24 comércios cadastrados no ramo de hortifrutigranjeiros, setor onde são encontrados produtos como tucumã e queijo. A gerente garante que em setembro um novo cadastro será feito no município para haver maior controle da comercialização.

 

Investigações preliminares apontam que o tucumã é oriundo da comunidade do Aduacá, interior de Nhamundá. Sobre o queijo não se tem informações da procedência. Ianne informa que as investigações sobre as origens dos alimentos são comprometidas porque os próprios comerciantes escondem informações sobre os fornecedores.

 

Exames no queijo e no tucumã apreendidos pela vigilância sanitária são feitos no Laboratório de Saúde Pública do Amazonas (Lassen), que deve divulgar resultado na próxima semana. No tucumã, a suspeita é que a contaminação tenha acontecido por conta do uso de carbureto, produto químico à base de cal e carvão. O queijo pode ter sido comprometido pela salmonela, devido ao inadequado armazenamento. “Caso dê positivo para o carbureto, então nós teremos que fazer a suspensão por tempo definitivo e apreensão dos tucumãs”, revela Ianne.

 

Ianne afirma que se for comprovado contaminação pelo uso do produto químico os responsáveis serão levados à polícia. “Com esses fornecedores a gente já vai entrar com a polícia porque ele vai estar assumindo o risco de prejudicar uma pessoa, sabendo que é uma técnica proibida, sabendo que faz mal por ser um produto químico, então ele está assumindo o risco de matar. As pessoas que estão fazendo isso vão responder criminalmente daquilo que fizeram”, assegura.

 

Na semana passada, cerca de 40 pessoas deram entrada nos hospitais Padre Colombo e Jofre Cohen por intoxicação. Nos depoimentos, todos revelaram que consumiram queijo coalho e tucumã, comprados em feiras da cidade. Há suspeita que a contaminação dos alimentos possa ter acontecido pelo uso do carbureto (tucumã), manipulação ou armazenamento do produto. A confirmação da causa será feita após resultado de exame.

 

Eldiney Alcântara/Repórter Parintins

 

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