Este fim de semana o Brasil foi surpreendido por uma onda de assassinatos em Manaus. Foram registrados 34 homicídios na capital do Amazonas e o fato deixou preocupado o parintinense, em especial, aqueles que têm parentes e amigos no local dos crimes. De acordo com a polícia, a chacina começou após a execução do sargento da Polícia Militar, Camacho, morto com quatro tiros durante um assalto em uma agência bancária na Zona Centro-Sul na sexta-feira, 17.
Cogita-se a possibilidade de vingança com participação de policiais militares. Outra hipótese é a briga de facções criminosas por domínio no tráfico em Manaus, apontando para o grupo conhecido como Família do Norte. Se for constatado indícios de participação de policiais nas mortes, a Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial (Proceap) pode abrir processo para investigar o caso.
A série de crimes deixou muitos parintinenses aflitos. Notícias circulavam em grupos de WhatsApp e demais redes sociais, devido a constantes brincadeiras nos aplicativos, não se tinha certeza da veracidade das informações. Os contatos com amigos e parentes foram imediatos.
O parintinense Marcelo Xavier, 33, morador do Novo Aleixo, faz faculdade e trabalha em Manaus há mais de cinco anos. Ele informa que o clima na capital foi de pânico, principalmente nos bairros mais citados onde aconteciam os crimes. “Está complicado aqui. Nos grupos de WhatsApp as pessoas informavam onde estavam acontecendo os crimes. Este fim de semana foi tenso. Todo mundo que estava na rua queria ir para casa”, conta.
A preocupação de parentes e amigos foi inevitável. Marcelo conta que a mãe dele, Marilza Xavier, ligou preocupada ao saber dos assassinatos em Manaus. “De manhã minha mãe ligou preocupada, perguntou onde eu estava e pedia pra eu não sair de casa”, disse.
Outro parintinense que viveu momentos de medo foi Lázaro Júnior Machado, 23, residente na Praça 14. Ele estuda em Manaus há 4 anos e conta que ficou o fim de semana todo dentro de casa. “As próprias pessoas de Manaus, uma foi informando a outra, e pediam pra não sair de casa”, conta. Lázaro recebeu muitas mensagens e ligações de familiares e amigos preocupados com ele. “Meus amigos mandavam mensagem, inclusive um amigo meu que está morando em São Paulo me mandou mensagem preocupado. Eles falavam pra eu não sair, fiquei espantado. Até agora ainda não saí de casa”, revela.
Foram 34 mortes (somente homens) e muitos feridos, todos por arma de fogo. Os crimes foram registrados entre a noite de sexta-feira, 17, e a madrugada desta segunda-feira, 20, a informação é da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Os ataques foram registrados nos bairros Zumbi, Gilberto Mestrinho, Adrianópolis, Armando Mendes, Santa Etelvina, São Francisco, Jorge Teixeira, Aleixo e Santo Antônio.
Eldiney Alcântara/Repórter Parintins