A escola é um universo criado para sustentar e recriar valores e dogmas de uma sociedade que se apóia no resultado do trabalho realizado no cerne educacional. O fruto de uma escola de sucesso é a matéria-prima para alavancar o progresso social, tendo em vista que a força desta engrenagem está no cidadão que avança em conhecimento e evolui na ciência e no conhecimento teórico. O efeito disso será conhecido na prática no mercado de trabalho.
Ao sair da escola, o indivíduo deveria estar preparado para adentrar no mundo do trabalho e oferecer a este melhorias, desempenho diferenciado e mostrar que possui competências adquiridas durante os anos escolares para dar suporte ao universo do trabalho em vários campos, na ciência, tecnologia, educação, saúde, etc.
Não é a toa que os parâmetros que norteiam o trabalho escolar direcionam para o rumo dos muros além da escola, ou seja, o aluno deve ser preparado para enfrentar um mundo desconhecido por ele, mas de grandeza imensurável para os protagonistas da educação desenvolvida nas salas de aula.
Gostaria de abordar aqui uma questão imbricada no cerne da escola como uma tatuagem que se desgasta a cada ano: a palavra liberdade.
Segundo a nossa lei maior, o homem possui liberdade de expressão entre outras, desde que respeite seus direitos e cumpra seus deveres, dentro de um padrão ético, reforçado pela escola. Interessante o que temos visto, porém observando melhor, pairam algumas dúvidas: Sabedora da necessidade do indivíduo que deseja formar, qual o papel desempenhado pela escola pública, atualmente?
Caro leitor, você pode dizer: o que isso tem a ver com a escola que queremos?
Eu lhes respondo que essas e muitas outras dúvidas e questionamentos moldam o trabalho escolar e cada um merece uma atenção especial para o maior entendimento do trabalho no magistério.
Quanto à primeira questão, muitas escolas ainda acreditam que quantidade é sinônimo de qualidade, razão pela qual equivocadamente constrói estruturas internas tão fortes, porém evasivas, que ao invés de focar na formação de um cidadão capaz e autônomo, resulta num indivíduo sem direção, nem confiança para continuar sua trajetória escolar. Produto resultante de idéias estereotipadas no tempo, que em nada avançam na formação de um ser humano realizado, dentro de seu padrão etário, nível social, psicológico, etc. Nessas escolas, os comandos são ainda resultantes de visões arraigadas de uma estrutura social, em que os conflitos são tratados de forma homogênea, onde todos seriam tratados igualmente, mas essa igualdade é uma utopia , em função disso para uns tantos será suficiente o que a escola lhes oferece, para outros não. Uns triunfarão, outros fracassarão.
Por conta disso, é importante que a escola prossiga em uma nova mentalidade e reflita acerca do que realmente o aluno precisa para sair da mesma mais preparada, mais capaz e mais seguro do caminho que pretende galgar no futuro. Neste patamar de discussões, é mister do professor ter liberdade de criação e atuação na escola , como elemento primordial para alavancar as possíveis mudanças, pois as teorias se cristalizam e quem retoca é o professor.
Rosangela Telma
Professora Especialista em Metodologia do Ensino de Língua Inglesa, atua na área de Língua Inglesa no Centro Educacional de Tempo Integral, em Parintins.
Este artigo foi publicado, no Jornal Repórter Parintins, no dia 11 de março de 2012