Ocupantes exigem encontro com prefeito e ministro

Ocupantes exigem encontro com prefeito e ministro Foto: Igor de Souza Notícia do dia 18/05/2015

Em busca de legitimar e garantir as terras ocupadas na Gleba de Vila Amazônia, os ocupantes da área pleiteiam encontros com o prefeito de Parintins Alexandre da Carbrás (PSD), o ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (PMDB) e com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Na quarta-feira, 14, representantes do movimento estiveram reunidos com o presidente do legislativo parintinense, Everaldo Batista (Pros), na tentativa de conseguir apoio político e agendamento com Carbrás e Braga.


Os encontros devem acontecer ainda este mês. Braga deve vir a Parintins no dia 21. Uma visita técnica do Incra ao local da invasão está agendada para o dia 28. Até o momento nenhum membro do órgão federal foi até àquela ocupação. A única reunião que não tem data definida é com o prefeito Alexandre. “A gente quer se respaldar para chegar até o Incra e questionar a nossa ocupação. A gente precisa dessas autoridades do nosso lado e o prefeito tem que dar o apoio pra gente também”, afirma o líder dos ocupantes, Hudson Araújo, 51.A área ocupada tem aproximadamente mil metros de frente e trezentos metros de fundo. São 28 ruas e cerca de 800 lotes já distribuídos entre os ocupantes, além de uma área reservada para espaço público onde poderão ser construídas praça, posto policial, associação de bairro, unidade de saúde, etc. Para Hudson, a Vila Amazônia não é mais aquela pequena agrovila que foi colocada no projeto de assentamento há 27 anos. Hoje mudou tudo e não cabe mais um plano de assentamento dentro da área urbana de Vila Amazônia”.


A estratégia dos ocupantes é construir casas o quanto antes para forçar uma aceitação por parte dos órgãos públicos.



Denúncias
Sobre denúncias de venda de lotes da área ocupada, o líder afirma que sempre aconteceu a venda de terras na Vila Amazônia dentro da área urbana do assentamento, porém, na ocupação o comércio não é de terras.


Hudson justifica a venda que é feita no local. “Uma pessoa que passou uma ou duas semanas trabalhando e em um momento que ela não vai usar mais o lote é justo que aquela pessoa seja remunerada pelo trabalho. Ela não está vendendo a terra, ela está passando a bem-feitoria de ter limpo o lote isso a gente aceita”.


Há informações que alguns ocupantes de lotes possuem casa e são moradores da área urbana de Parintins. Hudson Araújo informa que uma comissão vai fazer a partir desta semana um novo cadastro das cerca de 800 famílias que estão no local. Segundo ele, 90% dos ocupantes são moradores da gleba de Vila Amazônia e comunidades próximas. Porém, o pescador Romildo Soares, 41, que está todos os dias no terreno que conseguiu, conta que a maioria das pessoas que está na invasão é da sede do município.


Neste domingo, 17, às 9h, na própria estrada de Vila Amazônia, os ocupantes realizam uma reunião. A comissão de ocupação pretende transformar o movimento em entidade com fins de direito para dar maior legalidade às ações do grupo e, com isso, elaborar um estatuto com ata de fundação. Outro assunto a ser tratado será o cadastramento das famílias que estão no local, bem como o mapeamento de ruas e travessas.

 

Eldiney Alcântara
Especial Para Repórter Parintins

Tags: