Insatisfeitos com a infraestrutura do novo bairro, moradores do conjunto residencial Vila Cristina anunciaram, na semana passada, a intenção de mover ação coletiva contra a NV Construtora, empresa responsável pelas moradias do local. As constantes chuvas que caem sobre a cidade ocasionam inundações nas ruas que, inicialmente, foram planejadas para não alagar.
O bairro, localizado na área suburbana do Macurani, apresenta problemas no sistema de esgoto que não consegue escoar a água da chuva. Quintais e ruas acumulam água e causa transtorno aos moradores. As residências dos quarteirões sete e oito das ruas 14 e 15 são as mais afetadas. Segundo o morador Altemar Reis Oliveira, 38, a tubulação do esgoto é fino, o que causa o entupimento dos bueiros e, consequentemente, as alagações.
Moradores se sentem inseguros devido o bairro possuir fiação elétrica subterrânea e pode ser afetado pela água. Altemar informa que na chuva forte da semana passada o nível da água chegou próximo às tomadas elétricas. “É um risco muito grande. Não tem como a gente ter uma tranquilidade. Tem horas que dá vontade de deixar a casa e alugar uma outra por aí, mas não tem como”, conta.
Diessem Conceição possui um comércio na Rua 15 e se diz prejudicado pela inundação da rua e do quintal. Ele construiu uma barreira de concreto na porta da frente da casa para tentar se proteger. “A água vem e alaga. A primeira casa que alagou aqui foi a nossa. A água entra pela tubulação também”, aponta.
Após a forte chuva do dia 1º de abril, quando o bairro teve ruas alagadas, moradores foram até a empresa NV e exigiram solução para o problema. Representantes da empresa se comprometeram em resolver o caso em até duas semanas, porém até quinta-feira, 16, nenhuma obra ou serviço foi realizado para solucionar a problemática.
A responsável técnica pela obra, Maria Lúcia Costa, informa que foi detectado problema no sistema de drenagem do bairro devido às constantes chuvas. Segundo ela, a empresa trabalha na ampliação da estrutura de drenagem e dentro de um prazo de 15 a 20 dias devem finalizar os reparos.
Os moradores discutem a possibilidade de mover uma ação contra a empresa. Conversas com a advogada Selma Pinto, que atua na Defensoria Pública, já aconteceram para que pudessem ter orientações adequadas ao caso, porém, Altemar afirma que estão sendo cautelosos e, neste primeiro momento, preferem conversar diretamente com a construtora. “Vamos utilizar isso (ação judicial) como último recurso, porque a gente precisa fazer alguma coisa já que eles não fazem”, revela.
A advogada Selma Pinto afirma que o dano é notório e cabe uma ação judicial indenizatória de reparação de danos. De acordo com ela, os moradores têm um contrato com a empresa que garante moradias seguras.
Os problemas com a inundação já fizeram alguns moradores se mudar do local. Mesmo recém-compradas, muitas casas já possuem placa anunciando venda.
Eldiney Alcântara
Especial Para Repórter Parintins