Vereadores divergem sobre circulação de veículos pesados

Problema pode ser solucionado dentro do Plano Municipal de Mobilidade Urbana

Vereadores divergem sobre  circulação de veículos pesados Foto: Igor de Souza Notícia do dia 19/04/2015

Caminhões, caçambas, tratores, retroescavadeiras, pá mecânica, carretas de cargas e até ônibus abusam das leis nas ruas estreitas de Parintins. O problema da circulação do trânsito de veículos pesados em qualquer horário é contemplado dentro do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. A Câmara Municipal de Parintins desobedeceu ao prazo do Governo Federal e não convocou sessão para aprovação até dia 12 de abril.

 

Para o vereador Rildo Maia (PSD), Parintins aumentou muito o número de veículos particulares de empresas e o sistema viário continua o mesmo, com asfalto antigo que fica comprometido com a passagem de veículos pesados, onde aparecem inúmeros buracos. “Essa questão de veículos pesados eu acredito que a gente tenha que trabalhar um critério para que estejam trafegando”, observa.

 

Ele avalia que em determinados momentos do dia, esses veículos levam perigo aos alunos na frente das escolas e a população em geral. “Acredito que a gente tenha de trabalhar aqui para transformar em uma legislação, onde existam critérios para trafegarem nas ruas. Temos que discutir isso, conversar com a sociedade e partes interessadas”, opina.

 

Conforme o vereador, os empresários também não podem parar os negócios. “Temos que chegar a um denominador comum para diminuir esse número de veículos pesados até porque a tendência é aumentar. Daqui a cinco anos não sei como vai ser a situação. Hoje, já temos até congestionamento em algumas ruas”, verifica Rildo Maia.

Adequações
Para o vereador Mateus Assayag (PSDB), Parintins se adequa ao crescimento, de acordo com as demandas apresentadas pela cidade. “Necessita ter crescimento da infraestrutura da cidade. Além disso, há planos e leis que devem ser trabalhados para justamente dar uma mobilidade melhor. Isso envolve infraestrutura, trânsito e administração pública de uma forma geral”, afirma.

 

Segundo o parlamentar, trata-se de administração pública da prefeitura que precisa acompanhar as necessidades do mundo globalizado e Parintins está inserido por ser uma das principais cidades do Amazonas. “Infelizmente o município descumpriu o prazo. O plano vai dizer qual o momento que a carga pode ser transportada na cidade, de qual formar vai acontecer o deslocamento das pessoas e orientar o trânsito”, diz Assayag.

 

Ele defende ser preciso haver responsabilidade com o plano, com a Empresa Municipal de Trânsito (EMT), controle e fiscalização dos transportes, não apenas para cumprir as leis do trânsito, mas como vai ser dado dentro da cidade. “Temos muitos problemas porque o poder público não faz a sua parte. Se a prefeitura colocar em prática a EMT, fiscalização do trânsito, cuidar do plano de mobilidade, com aprovação na Câmara, tudo isso seria resolvido”, argumenta.

 

Por meio do Plano Municipal de Mobilidade Urbana, o Ministério das Cidades disponibiliza recursos para mudança das vias da cidade e promover transformações. “O plano vai nortear o uso desses equipamentos [veículos pesados] dentro da cidade para se habilitar, precisa ter o plano. Hoje, a mobilidade urbana é uma das grandes preocupações do mundo. A prefeitura de Parintins arrecada algo em torno de R$ 600 mil por ano só de imposto de IPVA. É recurso suficiente para se colocar em funcionamento a EMT. Faltam politicas e vontade do executivo”, ressalta Assayag.

Objeções
O presidente da Câmara, Everaldo Batista (PROS), aponta a existência de Lei Federal que regulamenta o trânsito de veículos pesados nas cidades grandes e pode ser adaptada às cidades pequenas. “Aguardamos uma posição do município para se manifestar com relação ao trânsito em Parintins e nós construirmos algo nesse sentido, fazer um projeto para que veículos de porte grande possam ter horário de circulação. Em todas as cidades grandes é assim”, frisa.       

 

Conforme Everaldo Batista, deve haver um estudo para, quando o município colocar em prática a municipalização do trânsito, os vereadores vão tomar providências em relação aos veículos pesados. O vereador disse que a lei da EMT se encontra aprovada desde a gestão passada, mas não está regulamentada. “Em Brasília, não consta de que foi municipalizado. Tudo vem de lá. Ficamos sem poder fazer nada. O prefeito vai à capital federal e à Procuradoria tomar providências para tratar com seriedade do trânsito, porque já é o momento de cuidar da municipalização. Tem todo trâmite de lei”, pontua o presidente.

 

Ainda conforme o parlamentar, as discussões existem e devem ser colocadas em prática. “Discutir, falar e dizer o que acha é uma coisa. Agora vamos colocar em prática nas ruas. Vamos ver o que é necessário fazer. Existe necessidade de mudanças grandes. Nossa cidade foi projetada lá nos anos passados, onde havia duas ruas, e hoje não comportam o número de veículos. Imagina daqui a 10 ou 20 anos? Então, tem sim de colocar em prática as leis e tem que vir à tona”, conclui Batista.

 

Gerlean Brasil
Especial Para Repórter Parintins

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