Governo do Amazonas mapeia 14 casos de malária em assintomáticos após um ano de implantação do NAT Plus

Exame faz parte da triagem dos doadores de sangue do Hemoam, e é uma barreira a mais de segurança para receptores

Governo do Amazonas mapeia 14 casos de malária em assintomáticos após um ano de implantação do NAT Plus Foto: Alex Pazuello/Secom Notícia do dia 17/04/2024

Após um ano de implantação do Teste de Ácidos Nucleicos (NAT) para detecção precoce de malária, o Governo do Amazonas, por meio da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), já identificou 14 casos positivos da doença no sangue de doadores assintomáticos.

 

A inclusão do teste NAT Plus para Malária, ainda inédito no Brasil, foi uma demanda do Hemoam junto ao Ministério da Saúde, para o aumento da segurança transfusional no estado do Amazonas, por se tratar de área endêmica para malária. Os testes permitem a identificação da doença mesmo em assintomáticos, principalmente para as doações no interior do estado.

 

O NAT está em todo o Brasil, com 14 hemocentros. E o Hemoam é o terceiro hemocentro do país que implantou o NAT Plus Malária. Dos 14 casos identificados, seis são de doadores de sangue de Manaus, dois de Tefé, três de Roraima e três de Rondônia. Ao todo, mais de 115 mil doadores foram testados no NAT nesse primeiro ano de implantação.

 

O Hemoam absorve a demanda para dos estados de Rondônia e Roraima para a realização do teste NAT Plus. “Esse teste vai aumentar a segurança transfusional. Todo o doador de sangue do Hemoam é submetido a esse teste em que se faz a pesquisa para ver se o doador tem vírus de Hepatite B e C, HIV ou malária. Estamos com um ano de implantação de testes NAT Plus de malária que tem a metodologia também de PCR, em que vai pesquisar o plasmódio no sangue do doador”, disse o gerente do Laboratório de Sorologia/NAT, o bioquímico Marcelo Hipólito.

 

Atualmente, as normas de segurança determinam que os doadores de sangue que estiveram em regiões com alto índice de malária fiquem inaptos à doação, etapa checada durante a entrevista com o doador. Em 2023, na etapa de entrevista, foram considerados inaptas à doação 577 pessoas que visitaram área endêmica de malária, condição que ocupa o segundo lugar nas inaptidões, atrás apenas da anemia. A análise sobre as áreas endêmicas tem como base a Incidência Parasitária Anual (IPA) de Malária, do Ministério da Saúde.

 

O NAT Plus funciona como uma segunda barreira de segurança, fazendo teste no sangue dos doadores e identificando a doença mesmo em casos assintomáticos que podem passar na etapa de entrevista.

 

Exame

A oferta do exame faz parte de um programa desenvolvido pelo Ministério da Saúde, chamado de “NAT Plus”, que incorpora tecnologia de análise laboratorial em nível molecular capaz de detectar o vírus da malária em pessoas assintomáticas.

 

O Hemoam é o primeiro da região Norte a realizar o exame em todas as bolsas de sangue coletadas dos doadores. A inclusão do teste NAT Plus para Malária foi uma demanda do Hemoam junto ao Ministério da Saúde, para o aumento da segurança transfusional no estado do Amazonas, por se tratar de área endêmica para malária.

 

A plataforma permite a análise simultânea de 552 amostras de sangue de doadores. O laudo técnico sai após sete horas de processamento para quatro tipos de doenças: malária, hepatites B e C e o HIV, o vírus da Aids. Caso o teste não identifique a presença de vírus e a Sorologia que pesquisa os anticorpos dos vírus for negativa, a bolsa de sangue é liberada para ser utilizada nos hospitais.

 

Pesquisas

Além da segurança transfusional, segundo Marcelo Hipólito, o teste também irá contribuir para as pesquisas. “No campo de pesquisa, vamos entender a epidemiologia e também o perfil dos doadores de sangue do Amazonas em relação à malária. O que é o primeiro NAT Plus do mundo. Esse teste NAT malária realizado em doadores, é o primeiro do mundo, e isso vai demonstrar o perfil epidemiológico de doadores de sangue que procuram a doação de sangue no Hemocentro do Amazonas”, disse Marcelo Hipólito.

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