Operação Venator: PC-AM prende militar pela morte de duas garotas de programa em Manaus

Os crimes ocorreram em uma espaço de tempo de uma semana

Operação Venator: PC-AM prende militar pela morte de duas garotas de programa em Manaus Foto: Erlon Rodrigues/PC-AM Notícia do dia 21/03/2024

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do Núcleo de Combate ao Feminicídio (NCF), da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), deflagrou, na quarta-feira (20/03), a Operação Venator e prendeu o militar do Exército Brasileiro (EB), Makson Oliveira da Costa, 21, investigado pelas mortes de Angélica Oliveira Nascimento, 31, e Fabiane Mendes da Silva, 20. As vítimas eram garotas de programa e foram mortas asfixiadas.

 

As mortes ocorreram em um espaço de tempo de uma semana de diferença. Angélica foi morta na própria casa, no dia 26 de fevereiro deste ano, na rua Araçaí, bairro Flores, zona centro-sul. Já Fabiane foi encontrada morta com um pano enrolado no pescoço, na madrugada do dia 4 de março, na residência dela, no bairro Colônia Terra Nova, zona norte.

 

Conforme o delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, a Operação Venator foi bem-sucedida e visou elucidar esses crimes praticados contra essas mulheres. A unidade policial especializada conta com o NCF que trata especificamente de casos de feminicídio.

 

“Hoje apresentamos os resultados das investigações que culminaram na prisão de Makson. Estamos tratando esses casos como mortes em série, tendo em vista o padrão em que foram praticadas. Ele se aproximava das mulheres usando um perfil com nome falso em uma rede social”, disse o delegado.  

 

Segundo a autoridade policial, o indivíduo utilizava o nome de Mateus nas redes sociais e buscava os perfis de mulheres jovens. Ele agendava os encontros amorosos mediante pagamento, após a prática sexual ele as asfixiava.

 

O delegado adiantou que é possível a existência de que outras mulheres tenham sido vítimas de Makson, sendo assim, as investigações seguem em andamento.

 

Feminicídio

A delegada Marília Campello, coordenadora do NCF, relatou que o caso está sendo tratado como feminicídio não íntimo, pois se refere a um comportamento de discriminação pelo simples fato das vítimas serem mulheres. Nesses casos, o suspeito não necessariamente precisa ser companheiro das vítimas. Na verdade, ele nutre um ódio gratuito contra a mulher, passando a ser um misógino.

 

“Em relação ao Makson, notamos que ele marcava encontros com as moças, mantinha relação sexual e as matava em seguida. No caso da Angélica, ele contou que após a relação sexual cometeu o crime para roubar o aparelho celular dela”, comentou Marília.

 

Ainda de acordo com a delegada, durante as diligências, foi verificado que uma semana após a morte de Angélica, ele tirou a vida de Fabiane, uma pessoa com quem ele também havia marcado um encontro íntimo. No caso da Fabiane, ele diz que a matou porque, no final do encontro, ela queria roubá-lo, e com isso foi averiguado um padrão nas mortes.

 

“Foi constatado que as versões contadas por ele eram apenas uma desculpa para justificar o ódio que ele sente por mulheres”, enfatizou.

 

A delegada pontuou que Makson é uma pessoa bastante fria, pois ele matou as mulheres com golpe mata-leão, o que causou a asfixia por sufocação. Ele será indiciado por Homicídio qualificado pelo Feminicídio e também pela impossibilidade de defesa das vítimas.

 

Makson Oliveira da Costa responderá por feminicídio. Ele passará por audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça.

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