A reivindicação por reajuste salarial está gerando um impasse entre professores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Movimento de Luta dos Professores e o governo do estado.
O sindicato tem como reivindicações o reajuste salarial de 20%; plano de saúde para ativos e inativos, em específico uma junta médica em Parintins e equivalência do vale alimentação para os efetivos e aposentados. Já o movimento e a associação pedem 20% de reajuste real sem parcelamento nos salários, solução para falta de professores nas escolas, regularização o ticket alimentação em 100%, melhor remanejamento dos professores contratados, efetivação do plano de saúde, 14º e 15º salários que não foram repassados para alguns docentes.
Na próxima semana uma reunião, em Manaus, entre as entidades deve discutir reivindicações da categoria, que até o momento está dividida. O não entendimento entre as partes pode resultar em falha na busca por melhorias e até em greve.
De acordo com a delegada sindical, Edith Pimentel, toda manifestação é um direito do cidadão, mas ela afirma que a manifestação dos professores que ocorreu em Parintins na semana passada não foi um chamado do Sinteam. Sobre o ato dos colegas professores, Edith avalia como positiva, desde que seja feita de forma pacífica. “Toda e qualquer manifestação dá uma alfinetada mais forte nas pessoas que devem tomar algumas decisões e não tomam”, aponta.
Acordo
O Sinteam está em negociação com a Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc) e com o govenador. Já foram realizada duas audiências na tentativa de se chegar a uma solução, porém o assunto é tratado em banho-maria e segue para terceira reunião prevista para esta semana.
O presidente do Sinteam, Marcos Libório, defende a classe dos professores nos encontros. Porém, o impasse está nesta representatividade ou não, uma vez que, docentes da Associação dos Professores de Manaus (Asprom) e do Movimento na Luta pelos professores de Parintins afirmam que o sindicato não representa totalmente a classe.
De acordo com o professor da escola Dom Gino Malvestio, Edvan Soares, as reivindicações do Sinteam são diferentes dos reclames do movimento e é nesse ponto que as diferenças criam discussões e divisão da categoria. “As nossas propostas são totalmente diferentes do que as propostas que o governo do estado está em negociação com o Sinteam”, critica.
Apesar de buscarem benefícios e terem reinvindicações parecidas, os professores, em grupos diferentes, não falam a mesma língua e o desentendimento pode comprometer o movimento e as negociações junto ao governo. Para a professora Edith, é preciso unir as forças para conseguir os benefícios. “A categoria tem que se unificar cada vez mais. Quanto mais a categoria ficar fragmentada, mais fragilidade ela vai ficar”.
Eldiney Alcântara
Especial Para Repórter Parintins