Combate ao desmatamento já mostra resultados, na Amazônia

A redução alcançada, de 2.593 km², evitou a emissão de aproximadamente 133 milhões de toneladas de CO² na atmosfera

Por: Marcellus Campêlo - 17/11/2023

Combate ao desmatamento já mostra resultados, na Amazônia Foto: Divulgação

Marcellus Campêlo

 

Dados divulgados este mês pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima mostram que os esforços que vêm sendo feitos para controlar as queimadas na Amazônia estão surtindo efeito. O levantamento, relativo ao Programa de Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta para uma queda de 22,3% na taxa de desmatamento da região, no período de agosto de 2022 a julho deste ano. 

 

Os desafios, sabemos, ainda são grandes e há uma longa estrada a percorrer, mas os resultados são bem animadores. A redução alcançada, de 2.593 km², evitou a emissão de aproximadamente 133 milhões de toneladas de CO² na atmosfera. É um aspecto extremamente positivo, porque o desmatamento é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa, no Brasil. 

 

Outro dado a comemorar é que o Amazonas foi o estado que obteve o maior índice de redução, com uma queda de 40% na área desmatada. Durante o período, o desmatamento alcançou 1.553 km², o menor número desde 2020. No levantamento anterior do Prodes, foram 2.594 km². 

 

Houve uma queda de 61% no total do desmatamento, nos nove municípios considerados prioritários com relação ao problema, no Amazonas: Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Apuí, Tapauá, Humaitá, Novo Aripuanã, Maués e Manicoré.

 

Conforme o levantamento, a Amazônia perdeu 9.001 km² de florestas. No levantamento anterior, entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram 11.594 Km². 

 

São números ainda impactantes os resultados recentes, mas a expectativa é de avanços, sem retrocessos. Há um consenso de que vem surtindo efeito as ações integradas entre governos federal e estaduais, no aumento da fiscalização e na aplicação de multas pesadas e apreensões.
 

No Amazonas, o governador Wilson Lima tem enfrentado o problema com uma série de ações combinadas, que estão dando certo e os números mostram esse recuo. Aqui, ainda tivemos o período de vazante que alcançou níveis históricos sob efeito do fenômeno El Niño, com o Rio Negro atingindo a cota mais baixa já registrada, de 12,70 metros, dias 26 e 27 de outubro. Uma seca sem precedentes, potencializando os focos de calor e as queimadas. 

 


Dentre as ações executadas, o Governo do Estado reforçou o combate às queimadas na Região Metropolitana de Manaus, com o apoio de brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Intensificou as operações de fiscalização e autuação e de monitoramento das áreas por satélite e drones. Um trabalho incansável, tendo à frente o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e o envolvimento de todos os órgãos do Estado.

 

O governador também conseguiu, junto ao governo federal, a garantia de avanços na regularização fundiária, na região, o que é extremamente importante, inclusive para facilitar a identificação de autoria das queimadas criminosas. 
Ele também tem sido voz atuante na defesa de políticas econômicas e sociais voltadas à região, que permitam a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável, garantindo qualidade de vida para a população, com a floresta em pé e preservada. 

 

Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Amazonas

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