Inicia hoje, 27, a Festa dos Povos Indígenas na aldeia Juruti-PA

Inicia hoje, 27, a Festa dos Povos Indígenas na aldeia Juruti-PA Foto: Divulgação/Maná Produções Notícia do dia 27/07/2023

A cidade de Juruti, no oeste do Pará, realiza neste final de semana sua maior festividade cultural e artística, a Festa dos Povos Indígenas. O duelo entre Munduruku e Muirapinima mobiliza os munícipes para o festival que aquece a economia local e reúne artistas de diversas localidades.

 

A festividade é coordenada pela Prefeitura de Juruti, através da Secretaria de Cultura e Turismo, e acontece no Tribódromo com uma vasta programação que inicia oficialmente hoje, 27, com a Festa dos Visitantes, tendo a participação de várias bandas locais e regionais com atração principal o cantor Nattanzinho.

 

Na sexta-feira, 28, Juruti apresenta o futuro de sua arte. Se apresentam no Tribódromo os povos indígenas mirins Muirapinima e Munduruku, atrações muito incentivadas na cidade. Na sequência, acontece o ensaio técnico das agremiações adultas e a noite se encerra com o show do cantor Wendel Pinheiro em palco alternativo.

 

A grande festa acontece no sábado, 29, com a disputa de Muirapinima e Munduruku. Cada um desenvolve uma temática indígena contada através das performances de itens individuais e coletivos. O festival será transmitido pela TV Cultural e pelo canal da Prefeitura de Juruti no YouTube.

 

Munduruku

É o primeiro povo originário a se apresentar. No Tribódromo, Munduruku defende o tema “Povos Indígenas, guardiões do território ancestral", que mostra a luta dos povos indígenas em defesa da Terra-Mãe.

 

“Faz tempo que nossas vozes ecoam no silêncio omisso desse Brasil colonial. Lutar pelo direito à terra é lutar pelo direito à vida. Para nós, povos originários, Terra e vida são uma única coisa; quando nos negam o direito de tê-las, estão nos negando o direito de nascer, crescer, repousar e morrer no colo afável de nossa mãe”, revela a proposta Munduruku.

 

Muirapinima

Encerra a noite de disputa e traz como temática “Terra Indígena: Nossos pés, nossas raízes”. A ideia também exalta a Terra, mas numa constante e íntima relação com o ser humano e as ameaças que o território sofre com as ações predatórias.

 

“Nossos sábios pajés e pajeranas assistem com agonia a luta da Terra pela sua sobrevivência. Nossa conexão com ela se perde a cada árvore derrubada, a cada rio morto pelo mercúrio, a cada vida indígena derrubada ao chão e a cada estrela que cai do céu. Que juntos possamos empunhar a bandeira da luta e da esperança pela demarcação das terras indígenas, pois sem ela, não temos pés nem raízes. Seus pés e suas raízes devem ser embalados pelos cantos dos pássaros, pela força das águas, pelo som que sai da terra e pelo calor do fogo”, brada o povo Muirapinima.


Eldiney Alcântara

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