Moveleiros cobram infraestrutura

Falta de energia, pavimentação das ruas e insegurança comprometem produtividade

Moveleiros cobram infraestrutura Foto: Igor de Souza Notícia do dia 30/03/2015

O polo moveleiro de Parintins instalado no Distrito Industrial enfrenta dificuldades para manter a linha de produção ativa. Esta semana o REPÓRTER ouviu empresários e moradores do local para conhecer a realidade e os obstáculos como a falta de energia elétrica, de pavimentação das ruas e insegurança.


São mais de 50 movelarias que passaram a funcionar no local a partir da homologação da lei municipal que retirou essas empresas do perímetro urbano para a área no bairro Djard Vieira. A medida foi adotada para impedir a poluição sonora e ambiental na cidade, porém, o município, até hoje, não deu condições de infraestrutura.


O polo sofre com constante falta de energia, que acaba impedindo o funcionamento do maquinário e, consequentemente, compromete a produção de móveis. O distanciamento do polo para o centro da cidade também dificultou o acesso da clientela. De acordo com alguns donos de movelarias, o número de clientes diminuiu com a transferência das empresas.


As movelarias concordaram com a remoção devido a promessas de que teriam um local adequado para o trabalho, porém, a promessa dos governantes da época ainda não foi realizada. A administradora da Movelaria Castro, Lidiane Castro, informa que no ano passado foi entregue documento ao então candidato José Melo, hoje governador, solicitando asfaltamento para aquela área, mas até agora não receberam resposta. O pedido foi feito por meio da Associação dos Moveleiros de Parintins (Amopin), que possui 48 empresas associadas. “A nossa dificuldade e dos amigos moveleiros é a falta de infraestrutura do local”, aponta a empresária.


Sem cronograma
As ruas do distrito nunca foram asfaltadas, o serviço de água é insuficiente para atender a demanda, assim como o sistema de iluminação. A área é escura e facilita a ocorrência de atos ilícitos. Movelarias sofrem, constantemente, com ações de ladrões. Segundo o moveleiro Elson Farias (JG Móveis Parintins), os apagões prejudicam a produtividade, sem contar a queima de equipamentos. O horário de pico dos trabalhos é pela manhã e à tarde, quando normalmente acontecem os racionamentos. “O polo moveleiro de Parintins é um dos mais prejudicados pela Amazonas Energia. Na semana passada ficamos dois dias sem energia”, conta.


O empresário Osvaldo Castro informa que a empresa geradora de energia poucas vezes faz aviso prévio sobre o desligamento do serviço, o que poderia evitar maiores prejuízos para as movelarias. Já Ivan Carnavale (IVZ Madeira) reclama da perda de credibilidade que a falta de energia joga para as fábricas. “A questão do compromisso com o cliente. A gente tem uma programação para entrega de material e acaba não cumprindo com o compromisso”, desabafa.

 

Eldiney Alcântara
Especial Para Repórter Parintins

Tags: