Acadêmicos da Ufam Parintins relatam precarização da residência universitária e pedem melhorias na infraestrutura

Em alguns pontos as paredes já começaram a apresentar rachaduras. A situação fica ainda mais preocupante quando chove porque a água entra para os quartos.

Acadêmicos da Ufam Parintins relatam precarização da residência universitária e pedem melhorias na infraestrutura Foto: João Carlos Moraes Notícia do dia 20/08/2022

A iluminação precária, falta de segurança, furtos e infiltrações são alguns dos problemas relatados pelos moradores da Residência Universitária (RUNI) do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia, da Universidade Federal do Amazonas (Icsez/Ufam). Eles pedem com urgência melhorias na infraestrutura da casa. Segundo o coordenador acadêmico, professor Dr. Carlos Barros Monteiro, a direção do Icsez está ciente desses problemas.

 

Segundo os acadêmicos, a residência universitária não tem vigias ou guardas patrimoniais que possam oferecer segurança aos inquilinos. Eles se sentem inseguros dentro da instituição. “Querendo ou não, a gente tá numa localidade de fácil acesso. Por exemplo, tem mato, o muro é baixo, as portas são de vidro, o que piora a situação”, relatou a presidente da RUNI, Anezia Maria Maciel Cavalcante, que veio da cidade Terra Santa (PA) para cursar Serviço Social.

 

“A questão das iluminações aqui dentro, fica tudo escuro porque tem poucos postes, que eles [setor responsável] não vêm trocar a luz [em alguns se observa lâmpadas queimadas e outros faltando]. A gente notifica e nunca tem”, desabafou a estudante.

 

Já o acadêmico de Pedagogia e vice-presidente da RUNI, o nhamundaense Adilson de Azevedo Almeida, relatou que já houve diversos furtos na residência. Bikes, notebooks e até roupas dos estudantes foram levados. 

 

A acadêmica do curso de Comunicação Social-Jornalismo, Adriele Cardoso, que em 2017 veio de Manaus, se sente preocupada em relação ao estado em que se encontra a RUNI. "Pra quem passa aqui pela estrada [pode] ver o portão aberto. É uma escuridão. Nem parece uma residência universitária. É uma escuridão com risco de até mesmo os alunos serem abordados por assaltantes e terem seus veículos furtados e correrem riscos piores."

 

Foto: João Carlos Moraes

 

Outro problema que se observa na RUNI é a infiltração. Em alguns pontos as paredes já começaram a apresentar rachaduras. A situação fica ainda mais preocupante quando chove porque a água entra para os quartos. Segundo Anezia, os engenheiros já realizaram vistorias no prédio e tiraram fotos, mas que não passa disso. “A gente tem medo porque quando chove se torna uma cachoeira aí dentro da nossa casa, nos nossos quartos entra água”.

 

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Outro problema relatado é que os porteiros, que trabalham para uma empresa terceirizada, ficam, às vezes, de dois a três dias sem comparecer na instituição por conta do atraso no pagamento do salário, que dura 4 meses, ocasionando apreensão aos moradores da RUNI, já que eles são os que controlam a entrada e saída do residentes e visitantes.

 

E mais problemas são observados. Sem saber da qualidade da água, os alunos utilizam um bebedouro industrial sem filtros, o que pode afetar a saúde deles. Além disso, há um elevador quebrado desde 2018, segundo informou um estudante.

 

Foto: João Carlos Moraes

 

O coordenador acadêmico do Icsez, professor Carlos Monteiro, disse que a direção do Campus tem conhecimento desses problemas e busca com a máxima urgência a solução dos mesmos. Ele explicou que toda demanda notificada pela presidência da casa é encaminhada para a coordenação administrativa, e que esta busca solucionar imediatamente quando há equipamento de reposição, caso contrário, o setor requisita autorização da coordenação em Manaus para compras dos materiais.

 

"Isso não acontece do dia pra noite, tem que pedir e entrar no planejamento em Manaus. São muitos processos que, infelizmente, não é como eu gostaria de resolver, aconteceu hoje, resolve amanhã. Eu tenho que seguir os trâmites dos órgãos fiscalizadores federais, se [isto] não acontecer, estou fazendo uma coisa ilegal".

 

Mas, não é por falta de notificações e ofícios enviados à direção do Icsez que os inquilinos pedem melhorias no prédio. Há tempos eles reclamam da situação do prédio, segundo a presidente da RUNI.

 

Monteiro informou que já foi solicitada a reforma do prédio e que a coordenação está na expectativa de que até o final deste do ano, ou início de 2023, a reforma possa acontecer.

 

Sobre os serviços dos porteiros que são terceirizados, o coordenador disse que existem alguns ‘gargalos’ - no sentido de formalização contratual - que a Ufam busca regularizar junto a empresa responsável pelos serviços.

 

Na casa do estudante, atualmente, há 68 universitários que recebem o benefício de R$ 300 de auxílio alimentação.

 

Por João Carlos Moraes

 

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