Foto: Bruno Zanardo/Secom
Notícia do dia 26/06/2022
O segundo ato do espetáculo "Amazônia, Nossa Luta em Poesia" exaltou as raízes negras que ajudam a construir a identidade cultural do povo amazônida. O Boi Caprichoso apresentou a temática "Amazônia-Floresta: o brado do povo" destacando a luta dos povos que compõem a região amazônica.
Neste sábado (25), o bumbá trouxe para a arena do Bumbódromo uma luta decantada o ano todo em defesa do povo floresta. "Resistir é reexistir. É trazer os sons dos muitos batuques emanados pelos mestres griôs brasileiros homenageados em nossa Marujada de Guerra, cuja cadência dá vida e voz às toadas caprichosas e altaneiras do Boi da Francesa e do Palmares", dizia o texto de Edmundo Oran.
No discurso em defesa das matizes africanas, o Boi apresentou a Exaltação Folclórica "Boi de Quilombo", uma mostra do legado sociocultural dos povos africanos na Amazônia. A sinhazinha, Valentina Coimbra, representou Nossa Senhora da Conceição e também Oxum, num sincrerismo religioso exaltado pelo Caprichoso.
O Caprichoso encerrou com Ritual Indígena "Wayana-Apalai", povos de língua karib que habitam a região de fronteira entre o Brasil (Rio Parú de Leste, Pará), o Suriname (rios Tapanahoni e Paloemeu) e a Guiana Francesa (alto Rio Maroni e seus afluentes Tampok e Marouini). Em segunda apresentação, o paje Erick Beltrão derrotou a fera de duas cabeças "Tuluperê", devolvendo a paz aos Wayana-Apalai.
O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, afirma que a apresentação do bumbá "resgata lutas históricas e acompanha discussões atuais sobre a exploração desenfreada da Amazônia.Temos muito orgulhoso desse projeto, pois sabemos o quanto ele é atual e necessário. Nossa luta é pelo fim de toda ganância imposta à grande floresta, que assola e devasta populações tradicionais, proprietárias deste chão milenar", finalizou.
