O reconhecimento internacional, junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), de 14 municípios do Amazonas como área livre de febre aftosa sem vacinação, e a equivalência do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foram apenas algumas das conquistas contabilizadas pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) ao longo do ano de 2021.
O período, ainda atípico por conta da pandemia de Covid-19, que se estende desde 2020, foi também de realização do treinamento de nivelamento para os aprovados no primeiro concurso público da história da autarquia; de novos registros de empresas para atuação no segmento de venda de agrotóxicos; e de aparelhamento das Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsavs), no interior do estado.
Ao longo do ano, houve ainda a intensificação das ações no âmbito da defesa vegetal, que vêm permitindo manter o Amazonas livre de pragas quarentenárias como a monilíase do cacaueiro, o Greening ou Huanglongbing (HLB), o cancro cítrico e o ácaro hindu, todas ainda ausentes no estado.
Certificação sanitária
Anunciada em maio deste ano, em Paris, a certificação sanitária dos municípios de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Guajará, Envira, Eirunepé, Ipixuna, Itamarati e parte de Tapauá como zona livre de febre aftosa sem imunização alçou a pecuária do sul do Amazonas ao nível máximo de sanidade animal, alavancando a economia local e ampliando o mercado brasileiro.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faea), Muni Lourenço, nos últimos sete meses, as cidades reconhecidas pela OIE deram um salto em investimentos, geração de emprego e renda, e desenvolvimento econômico.
“A classificação de zona livre de febre aftosa obtido para 14 municípios amazonenses foi uma conquista histórica e vem proporcionando principalmente maior valorização dos produtos da pecuária e possibilidade de acesso a novos mercados”, destacou.
Muni afirma ainda que o desafio, em 2022, é manter a certificação por meio do cumprimento dos protocolos obrigatórios, garantindo assim, a saúde do rebanho.
“A obtenção desse status sanitário foi importante, mas também tão relevante é a manutenção dessa classificação. Para isso o setor privado continuará no próximo ano mobilizado e cumprindo suas responsabilidades legais, irmanado à Adaf e ao Ministério da Agricultura para o fortalecimento da defesa agropecuária”, enfatizou.
Sistema de Inspeção
A equiparação do SIE estadual ao Sisbi-POA foi um dos desafios superados pela Agência de Defesa do Amazonas, em 2021, após mais de dois anos de tratativas e cumprimento de diversas exigências necessárias. Desde o dia 9 de dezembro desde ano, os 160 estabelecimentos registrados junto à autarquia já podem dar entrada no processo de obtenção do selo com alcance federal.
O gerente de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Gipoa), Eudimar Rocha, esclarece que o processo não ocorre de forma automática, devendo o produtor interessado fazer a solicitação por meio do Requerimento para adesão ao Sisbi-POA, disponível no site da Adaf (http://www.adaf.am.gov.br/formularios), passar por auditoria, atender às exigências e só então obter o selo para o produto destinado à comercialização interestadual.
“Neste primeiro momento, estão contemplados para auditorias três estabelecimentos de Pescado e um abatedouro. A equipe está atuando para organizar a chegada de requerimentos e programar as auditorias em conformidade com as agendas e disponibilidade das coordenações responsáveis”, explica.
Para Eudimar, o principal desafio em 2022 será coordenar as demandas referentes às análises de rotulagem, projetos e deliberação de pareceres. “O desafio está posto e, tenho certeza de que a Gipoa corresponderá às expectativas”, afirmou.
Foto: Divulgação/Adaf e Lucas Silva/Secom