A importância do cadastro de apicultores/meliponicultores junto à Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e as normas para transporte de colmeias e beneficiamento do mel e de seus produtos e subprodutos para comercialização estiveram entre os temas abordados em curso de meliponicultura realizado na sexta-feira (19/11) e no sábado (20/11), em Iranduba (a 57 quilômetros de Manaus).
A capacitação, promovida pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), foi conduzida pelos médicos veterinários da Adaf, Alison André, que coordena do Programa Nacional de Sanidade Apícola (PNSAp) no Amazonas; e Lilian Toffanetto, da Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Gipoa). A atividade reuniu 25 técnicos extensionistas de 18 municípios amazonenses.
Com grande potencial de crescimento, no Amazonas, a criação, manejo, reprodução e transporte de abelhas sem ferrão são atividades que dependem de autorização junto à Adaf, para garantir a sanidade dos animais que integram as colmeias, e a qualidade sanitária dos produtos originários de colônias de abelhas, como composto de mel e pólen, composto de mel e ervas medicinais, geleias, entre outros.
Atualmente, a Adaf conta com 48 apicultores cadastrados, em 15 municípios. Índice, segundo o coordenador estadual do PNSAp, ainda considerado insuficiente, no comparativo com a extensão territorial do Amazonas. O cadastramento segue as diretrizes do PNSAp, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e deve ser realizado na Unidade de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsav), da cidade onde o meliponário será implantado.
Alison explica que a obtenção do cadastro da propriedade junto à Adaf é um dos requisitos para que os apicultores/meliponicultores possam solicitar a emissão da GTA. “O registro da propriedade nos permite emitir a guia para o transporte desses invertebrados e assim realizar a rastreabilidade e garantir a sanidade dessas abelhas e de seus produtos”, afirmou.
Orientação
A importância de se orientar a população sobre os riscos da aquisição de colmeias sem origem (sem nota fiscal ou registro em órgão ambiental) também esteve entre os temas discutidos pelos técnicos extensionistas, durante a palestra. A preocupação está relacionada à possibilidade de proliferação de doenças entre meliponários e à necessidade de destruição de colônias clandestinas.
Para o técnico florestal do Idam, Douglas Rocha, responsável pelo acompanhamento dos meliponicultores em Boa Vista do Ramos, mapear os produtores do município, que já possui uma atuação significativa na cadeia produtiva, está entre os principais desafios.
“É preciso saber onde estão esses produtores primários, fazer uma atualização cadastral, saber como a agroindústria existente está sendo gerida, para então qualificar e quantificar a produção no município e melhorar a cadeia produtiva”, apontou Douglas.
Além da sanidade, a Adaf zela também pela inspeção de produtos vinculados à cadeia de mel, por meio da definição das normas sanitárias para a produção, beneficiamento, armazenamento e escoamento de produtos. No total, três produtores de mel amazonenses estão certificados junto ao Serviço de Inspeção Estadual (SIE).
A médica veterinária Lilian Toffanetto afirma que a comercialização dos produtos e subprodutos do mel está condicionada à certificação.
“Precisamos do maior número de estabelecimentos regularizados possível para inibir o comércio de produtos falsificados. É por isso que nós temos os canais de denúncias, que podem ser feitas por telefone ou pela ouvidoria da Adaf, de forma anônima. Pois não é justo que o produtor regularizado concorra com quem não paga imposto e não segue as normas previstas na legislação”, destacou Lilian.
Curso
As aulas do curso de Meliponicultura foram realizadas no Sítio Doce Refúgio Dramel, propriedade do cirurgião dentista e meliponicultor Joaquim Alberto, no ramal Monte Castelo, no município de Iranduba. Técnicos extensionistas do Idam lotados nos municípios de Autazes, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Iranduba, Manaus, Manacapuru, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Boa Vista do Ramos, Borba, Barreirinha, Caapiranga, Coari, Codajás, Itacoatiara, Itapiranga, Tefé e Alvarães foram o público-alvo da capacitação.