Foto: Igor de Souza
Notícia do dia 18/03/2015
As diretorias dos bois Caprichoso e Garantido participaram do segundo encontro com a Secretaria de Estado da Cultura (SEC) nesta terça-feira, 17, em Manaus, mas não bateram o martelo quanto ao regulamento do Festival Folclórico de Parintins 2015. Uma nova reunião acontece nos próximos dias, porém não há data. O impasse tira o sono das agremiações folclóricas que trabalham o projeto boi de arena para os artistas entrarem em galpão no mês de abril.
Os presidentes do Caprichoso, Joilto Azêdo, e de Garantido, Adelson Albuquerque, reuniram com o secretário de cultura, Robério Braga, pela primeira vez sexta-feira, 13, para novamente discutir a pauta. As vésperas do início da temporada, a indefinição do regulamento impede os bumbás de celebrar contratos com patrocinadores que, além disso, acenam cortes no valor dos recursos como o próprio Governo do Estado.
Com a iminente queda de receita provocada pela crise mundial e também pelo comodismo do festival, os bois tem uma única alternativa: ajustar os projetos artísticos. O Governo do Estado, com reforma administrativa em 2015, anunciou corte de gastos estimados em cerca de 30%, assim como empresas privadas patrocinadoras. A multinacional Coca-Cola ainda não renovou contrato com os bois de Parintins para 2015.
No festival de 2014, os bois receberem o maior montante dos últimos tempos, pouco mais de R$ 9 milhões, para formatação do espetáculo de arena. Só o repasse da SEC chegou a quase R$ 2,5 milhão. De R$ 9 milhões repassados para cada bumbá em 2014, os bois este ano tem o desafio de trabalhar o festival em cima de uma fatia de R$ 7 milhões ou menos. Os bois mantaram comissões para tentar discutir detalhes do regulamento no final do ano passado.
A conversa gerou queda de braço quando os representantes do Garantido se recusaram a entrar em acordo com as propostas apresentadas pelo Caprichoso, como exemplo, a transformação do item Figura Típica Regional em “Exaltação/Celebração Folclórica”. As discussões não avançaram e foram canceladas, porque surgiu a polêmica proposta de redução de uma noite de festival.
Por outro lado, a diminuição refletiria em menor gasto do Governo do Estado com Parintins, pois transfere enorme estrutura para Parintins no mês de junho, desde o crescimento do festival na década de 1990. O formato de apresentação do espetáculo folclórico deve sofrer adaptações em diversos itens. Isso tem causado insônia e resistência aos representantes bumbás que não querem aceitar as imposições do governo.
O item tuxaua teria apenas três capacetes e deixaria de ser coletivo. Também haverá mudança no posicionamento da cabine dos jurados no Bumbódromo para avaliação mais centralizada dos itens em julgamento. Esses, entre outros fatores, teriam motivado os presidentes dos bois a não assinarem o regulamento do festival na SEC nesta terça-feira, 17. A preocupação maior de todos, da Comissão ao Conselho de Artes dos bois, é conservar a festa.
Da Redação/Repórter Parintins
