A reforma administrativa do governo do Estado do Amazonas quer deixar 19 milhões hectares da floresta amazonense com menos de 65 servidores para cuidar!
Isso mesmo! O Governo do Amazonas quer que apenas 61 profissionais consigam dar conta de 42 Unidades de Conservação, onde há 15 mil famílias, e que não sejam permitidas derrubadas de árvores em pequena ou média escala; os desmatamentos; queimadas; pirataria de flora e fauna; roubo e tráfico de animais silvestres, só para falar dos crimes mais comuns.
A reforma é um tiro no pé. As consequências imediatas do corte de quase 30% dos servidores da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (SDS), como os empréstimos do Governo com o Banco Internacional. A conta foi feita pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional Sustentável da Aleam (Caama), Luiz Castro.
“Será que emprestarão dinheiro para fontes de água potável do Estado e venda de créditos de carbono da floresta se descobrirem que não haverá pessoal para as 42 Unidades de Conservação, onde há 15 mil famílias?”, questionou. “É um enterro do meio ambiente, falta de bom senso e de visão estratégica”.
O governo do Estado repassa somente 0,30% do seu orçamento anual para a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade!
A Floresta Amazônica, também conhecida como Amazônia, é uma das maiores reservas naturais do planeta. Cerca de 20% de todo o oxigênio encontrado na atmosfera terrestre é produzido nesse bioma, o que explica o título "pulmão do mundo".
Entretanto, o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 467% entre 2013-14, segundo a ONG Instituto Imazon, que comparou a área desmatada a mais de 24.000 campos de futebol!
Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal registraram aumento de 90,5% entre agosto de 2014 e janeiro de 2015, comparado ao período de agosto de 2013 a janeiro de 2014. A área afetada subiu de 1.162,7 quilômetros quadrados km² para 2.215,5 km². Os dados são do Sistema de Detecção de Mapeamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
E o Governo do Estado ainda quer cortar o pouco de estrutura em prol do meio ambiente!
Por Maria Viana - Estudante de Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática na Universidade Federal do Amazonas