Por: João Baptista Herkenhoff
O pensamento é livre, como livres são os pássaros, como livres são as árvores ao balanço do vento, como livres são os sonhos dos poetas e livres são os projetos de mundo dos que pretendem construir a utopia.
Aqueles que, na sua insanidade, pretenderam subjugar o espírito, puderam impedir que o pensamento fosse manifestado utilizando a censura e, como razão final (ultima ratio), aprisionando os que escreviam o proibido e lutavam por reformas indesejadas pelos donos do poder.
A vitória do inimigo da liberdade é sempre provisória. Pode durar cem anos, mas não dura eternamente.
O texto proibido hoje será conhecido amanhã.
Quando o pensamento encarcerado romper as algemas, sua repercussão será ainda maior para castigo do censor.
A História eternizará, com o selo da glória, o nome dos que resistiram.
O nome dos que pretenderam domar o espírito será lembrado com desprezo, o mesmo desprezo e asco com que se fala o nome dos estupradores.
*Juiz de Direito aposentado (ES) e escritor