Assentamento de Ilusões

Assentamento de Ilusões Notícia do dia 12/01/2015

A Vila Amazônia tem importância imensurável para a história e a economia de Parintins. A área federal foi, na primeira metade do século XX, a terceira maior colônia japonesa fora do País do Sol Nascente, ficando atrás apenas de São Paulo e Tomé-Açu, no Pará. Na época, o próprio primeiro-ministro japonês veio pessoalmente à Vila para fixar de seus conterrâneos que, pouco tempo depois, foram sumariamente expulsos da área em virtude de Brasil e Japão estarem em lados opostos na Segunda Guerra Mundial.

Vários anos se passaram e mais uma vez a Vila Amazônia tomou para si a possibilidade de se tornar o centro econômico de Parintins. Com o assentamento implementado pelo Incra, criou-se a expectativa de que a gleba se tornaria um celeiro agrícola no estado e, quem sabe, em todo o país. De 1993, ano de implementação, até os dias atuais, o que ocorreu na realidade foi apenas discurso do Governo Federal e o sonho de se tornar um grande centro agrícola ficou cada vez mais distante. Os agricultores de Vila Amazônia estão caminhando sozinhos e com muita dificuldade.

O Incra, que encerrou as atividades em Parintins, é apenas uma sigla na vida dos trabalhadores e não cumpre com o objetivo proposto com o assentamento. Enquanto isso, Parintins precisa importar alimentos que poderiam muito bem ser cultivados na localidade que fica a menos de uma hora do centro urbano da Ilha Tupinambarana, melhorando a qualidade dos produtos, barateando os custos aos comerciantes e consumidores, e, consequentemente, aqueceria toda a economia da cidade. A negligência de Brasília com a pequena vila reflete-se na vida de todos, independente de viver ou não na localidade. O que poderia ser um trampolim econômico para Parintins tornou-se uma comunidade de subsistência.

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