Radialista Aderaldo Reis morre aos 63 anos em decorrência de complicações da Covid-19

O falecimento de Aderaldo Reis foi anunciado nas primeiras horas da manhã pela rádio Clube de Parintins, onde ele trabalhava há quase 30 anos

Radialista Aderaldo Reis morre aos 63 anos em decorrência de complicações da Covid-19 Foto: Divulgação Notícia do dia 21/10/2020

O radialista parintinense Aderaldo Reis morreu na madrugada desta quarta-feira, dia 21, em Manaus, no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, onde estava internado, desde o dia 14, em decorrência de complicações provocadas pela Covid-19. De acordo com a família, ele não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.

 

O falecimento foi anunciado nas primeiras horas da manhã pela rádio Clube de Parintins, onde ele trabalhava há cerca de 30 anos.

 

Ele foi para a capital amazonense com 25% do pulmão comprometido. Aderaldo foi removido para o Hospital Delphina Aziz, referência no tratamento da Covid-19 na rede pública de saúde em Manaus, por precisar de cuidados especializados por ser idoso e diabético.

 

O repórter Aderaldo Reis era responsável de fazer as coberturas policiais para o Plantão Policial do jornal da Rádio Clube e do programa de TV Agora Parintins.

 

Aderaldo Reis iniciou a carreira da década de 1980, na rádio Difusora do Amazonas.

 

Na emissora, de propriedade da família Souza, foi operador de áudio para nomes conhecidos do rádio amazonense, como Josué Filho, Fezinha (já falecida), Valdir Correia, Jurandir Vieira, dos noticiaristas Paulo Guerra e Eduardo Silva, entre outros.

 

Em meados da década de 1980 retornou para Parintins. Na rádio Alvorada voltou a ser operador de áudio. Foi também um dos pioneiros da Rádio Alvorada FM.

 

Mas ele percebeu que o estúdio se tornava pequeno para o tamanho de sua capacidade profissional que começava a brotar e passou a atuar em outra frente de trabalho.

 

Na emissora da Diocese de Parintins, Aderaldo Reis tentou a carreira como repórter. Suas matérias jornalísticas foram evidenciadas nos jornais da Amazônia e Alvorada, e também no programa Ciranda da Cidade, que na época se chama Cidade Aberta. 

 

Mais tarde aprimorou a veia de repórter policial. Mas foi na Rádio Clube, empresa de propriedade da família Gonçalves, que ele descobriu sua vocação profissional.

 

De faro aguçado e de forte percepção para os mais relevantes assuntos do cotidiano, o radialista adotou um estilo próprio.

 

Devido às importantes matérias jornalísticas que assinava passou a ser admirado pela população.

 

Aderaldo também atuou na televisão, no SBT, onde gostava de cumprir as pautas para matérias policiais.

 

De grande conhecimento em diversos assuntos, Aderaldo dividiu a bancada do programa Agora Parintins, no SBT, para analisar os fatos relacionados, principalmente sobre a política local e estadual.

 

Aderaldo trabalhou no grupo Em Tempo, que no ano de 2005 arrendou a Rádio Clube de Parintins e mantinha um jornal impresso, o Em Tempo Parintins.

 

No campo cultural, o boi Caprichoso era uma de suas grandes paixões.

 

A Família Reis está providenciando o translado do corpo para ser velado junto de parentes, amigos, fãs e admiradores.

 

Depoimentos

O amigo Elinaldo Tavares, locutor da Rádio Alvorada FM, comentou em sua rede social Facebook que foi estagiário de Aderaldo Reis, no trabalho de operador de áudio, no início da carreira profissional, nos idos de 1986.  

 

“Quando cheguei na rádio Alvorada, ainda estagiário, foi ele que me ensinou a operar a mesa de áudio e fazer a produção musical. Por vários dias fiquei ao seu lado vendo como era o trabalho e sempre com a sua alegria e uma irreverência que só ele tinha, transmitia pra mim os seus conhecimentos, e eu, como bom aluno, aprendi e fui aprovado”.

 

A radialista Josene Araújo também manifestou apreço pelo amigo, ocasião em que destacou um jargão utilizado por Aderaldo Reis quando este apresentava o plantão policial na Rádio Clube e no programa Agora Parintins, do SBT.

 

“Aderaldo Reis, se você não quer que seu nome apareça, não deixe que o fato aconteça. Você virou o fato que não gostaríamos de contar. O decano da comunicação nos deixou. Você que tantas vezes escreveu RIP (Descanse em Paz) agora nos despedimos.

 

Josene afirma que o trabalho os aproximou na Rádio Alvorada, Rádio Clube e Jornal Em tempo Parintins. “É tão difícil acreditar a partida dos amigos. Sempre presente nas nossas vidas. Mas, você que era de tão grande fé deve ter se encontrado com o nosso Pai celestial”.

 

Uma das grandes amigas de Aderaldo Reis, a jornalista peta Cid escreveu em sua conta de Facebook.

 

“Hoje, Nossa Senhora do Carmo recebeu mais um jardineiro. Um homem que comunicava com alegria, que usava bordões, para que muitas vezes a notícia não precisasse ser colocada de forma bruta, usava seu humor e alegria nas rádios de Parintins.

 

Lembro-me de passagens pelo nosso touro negro, ele como um jornalista aguçado, sempre buscava saber a notícias do festival e do boi caprichoso. Um homem que tinha uma sutileza, uma tenacidade e acima de tudo, um coração extraordinário. Que Nossa Senhora cuide do seu novo jardineiro, ele irá regar as mais belas rosas, porque elas irão exalar amor e gratidão pela sua história.

 

Aderaldo Reis, sua voz se silencia nesse plano material, mas se junta a todos aqueles que acreditam que a morte é uma passagem especial para contemplarmos a divina casa de misericórdia e repouso eterno. Esse ano, quando carreguei uma cruz em Parintins, pedindo a Deus o livramento de todos, depois, fui para uma entrevista na TV, e ali estava o Aderaldo para me receber, onde tive a felicidade de dar a última entrevia para ele. Então, ele me deu um abraço e falou “Juarez, você é uma pessoa muito especial”.

 

Neste dia, quero agradecer a Deus por ter colocado em nossa cidade um astro reluzente da comunicação, um decano do saber”.

 

Atualizada em 23/10/2020, às 10h56min, para acréscimos dos depoimentos de três grandes amigos de Aderaldo.

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