Enchente rigorosa

Enchente rigorosa Foto: Igor de Souza Notícia do dia 09/03/2015

Após especulações sobre uma enchente rigorosa, a Agência da Capitania dos Portos de Parintins amenizou, esta semana, as expectativas da população parintinense. Segundo o comandante da Marinha do Brasil em Parintins, Giovani Andrade, a cheia desse ano registra números considerados normais. Nos últimos dias, a subida das águas apresentou nível baixo, o que leva a prever padrões habituais de elevação dos rios, porém ainda não há definição sobre a intensidade do volume de água.


A régua fluviométrica, localizada na Cidade Garantido, alcançou na sexta-feira, 6, a marca de 6,30cm no nível de elevação. São 30cm a menos que o registro da mesma data no ano passado (6,60cm). “Todos os dias há um acompanhamento na metragem”, afirma o agente da Capitania dos Portos.


Segundo o comandante, há três semanas havia grande preocupação quanto a enchente, uma vez que o ritmo de subida das águas era intenso, com cerca de 8cm a 10cm por dia. Porém houve diminuição do volume de água e o nível do rio apresenta agora índices de 3cm a 6cm diariamente.


No momento, não há certeza da gravidade da enchente deste ano. A informação terá maior exatidão a partir do fim do mês de abril e início de maio. “Quando todas as condições meteorológicas e dados estarão mais precisos. Poderemos ver o nível de chuva que vai ocorrer ou não”, ressalta Giovani Andrade.


A cheia no Acre, Estado vizinho ao Amazonas, mostra registros alarmantes. O governo acreano decretou estado de emergência. Questionado se os rios daquela localidade podem influenciar na subida das águas nos rios amazonenses, o comandante informa que não há tanta alteração, uma vez que o fator determinante para a enchente é a vazante (quanto o rio vaza de um ano para outro combinado ao volume de chuva).


Em áreas consideradas alagadiças de Parintins, a preocupação dos moradores é quanto aos problemais ocasionados pela enchente. Nos últimos anos, a cheia afeta diretamente a vida dessas pessoas. Bairros como Itaguatinga e Santa Rita já estão em alerta. A Coordenação Municipal de Defesa Civil (Comdec) possui cadastro de famílias atingidas pela cheia que precisam de assistência. O agricultor Adnelson Alfaia 52, mora na Rua Padre Jorge Frezzini, bairro Itaguatinga, local vulnerável ao fenômeno natural nas últimas enchentes desde a primeira década do ano 2000. Para minimizar os problema, o morador elevou a casa dele em 12cm. Ele afirma que os vizinhos esperam uma grande enchente. “A gente está se preparando para a enchente”, conta.


O aposentado José Soares da Silva, 74, reside na avenida Paraíba, um dos pontos mais críticos da cidade. A via recebeu obra de elevação da rua em trecho de cerca de 800 metros. A construção gerou polêmica e ainda causa dúvidas quanto aos impactos ambientais. Para Soares, as casas vão continuar alagando como todos os anos. Ele espera que o trabalho seja logo concluído para ter melhor acessibilidade à própria residência.

 

Eldiney Alcântara
Especial Para Repórter Parintins

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