Josué Neto *
Nos primeiros dias do curso de economia da Universidade Federal do Amazonas aprendi o que significa “bem comum” na sua essência. O bem comum é tudo aquilo que a sociedade precisa e que é de obrigação do Poder Público. Nesse momento que o país tenta resgatar os bons costumes, a valorização da família, religião, valores cristãos, e que ao mesmo tempo a gente passa por esse problema mundial, que é a pandemia do coronavírus, é o momento da gente voltar a pensar principalmente no bem comum.
O sentimento cristão, o patriotismo, a responsabilidade pública, todos esses sentimentos nascem da mesma essência. Nascem da essência do amor ao próximo e estão expressos, por exemplo, nas ações de um governante que é obrigado a tomar determinadas atitudes que são antipáticas, mas que são importantes para a população, como é o caso acertado do Governo do Estado que proibiu o desembarque dos turistas oriundos do Cruzeiro Amera, vindo da Alemanha.
Na Assembleia Legislativa demos o primeiro passo na prevenção contra o coronavírus, depois veio o Governo do Estado, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, Tribunal de Contas, mas a Assembleia foi a primeira a tomar as medidas antipáticas e até fomos criticados por isso. Cinco dias depois ficou claro que a Assembleia tomou as devidas decisões e que dar o exemplo foi sua medida mais acertada.
O competente médico infectologista e pesquisador de doenças infecciosas, Marcus Lacerda, afirmou que tudo que aprendeu em 20 anos não estão servindo no combate coronavírus porque sua experiência o levaria a adotar as mesmas medidas que a Itália, que seguiu a risca o protocolo médico mundial para os casos de doenças infecciosas, e isso não foi suficiente. Logo, não podemos subestimar essa pandemia, nem repetir os erros cometidos por outros países.
A união, o espírito público o sentimento de cristianismo nos remete, nesse momento, a entender que todos nós somos responsáveis por todos. É um por todos e todos por um. A prevenção depende de cada um, mas não se trata de “eu ser infectado”, o que está em jogo é a possibilidade de infectar uma pessoa do grupo de risco que já tem um problema pulmonar, uma doença mais grave como a diabete, que pode ser letal. Seguir as ações de prevenção é zelar por nossos semelhantes, pelo nosso país, pelo nosso Amazonas, pelo nosso lugar. O Brasil tem muitos problemas, mas amamos nosso país, amamos nosso Estado e amamos nossa cidade.
Está na hora de todo mundo entender e cada um fazer sua parte. O exemplo próprio é tão importante quanto a orientação. Não adianta orientar e não fazer. O momento é de união, de atenção, de respeito e responsabilidade em torno do “bem comum”.
* Economista e presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas