Projeto Octo Parintins quer doar polvos de crochê para bebês prematuros

Projeto Octo Parintins quer doar polvos de crochê para bebês prematuros Foto: Arquivo Pessoal Notícia do dia 14/03/2020

Por Phelipe Reis

 

Calma, proteção e amor. É um pouco disso que o Projeto Octo Parintins quer proporcionar a bebês prematuros que ficam na Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal do Hospital Padre Colombo. A ideia é confeccionar polvos de crochê e doar a recém-nascidos que ficam na incubadora. Os tentáculos macios são ideais para serem agarrados e assim evitam que o bebê puxe os fios e as sondas. Além disso, ajuda no posicionamento do bebê na incubadora, funcionando de maneira semelhante aos rolinhos de posição.

 

O Projeto Octo já existe em mais de trinta cidades brasileiras. Experiências mostram os benefícios que o polvo pode promover ao bebê: o recém-nascido se sente acolhido, ocorre a redução da frequência cardíaca e da frequência respiratória melhorando assim seus sinais vitais, além de ajudar no ganho de peso e reduz o tempo de internação.

 

O projeto surgiu na Dinamarca em 2013 e agora está sendo implantado em Parintins. A pedagoga Andressa Brelaz, embaixadora do projeto na cidade, conta que a ideia de trazer o Octo para Parintins surgiu após o parto de seu primeiro filho. “Meu filho nasceu em sofrimento fetal e ficou quatro dias na incubadora. Durante esse tempo vi o quanto é solitário e desconfortável para o bebê. Comecei a pensar em uma forma de amenizar o sofrimento deles, mas não sabia o que fazer. Pesquisando na internet, encontrei uma reportagem que falava sobre o polvo de crochê para prematuros e apresentava o projeto Octo Brasil. Era o que eu precisava. Então entrei em contato com o responsável e me permitiram ser uma embaixadora do projeto”, relata Andressa.

 

O projeto está aberto a qualquer pessoa que deseje participar, seja confeccionando os polvos ou doando materiais. Andressa destaca que serão realizadas oficinas para ensinar crochê a que tiver interesse em confeccionar os polvos. A ideia também é integrar as mães dos bebês que ficam internados, como uma forma de proporcionar às mulheres um momento de terapia e distração. Quem já sabe crochê, pode pegar o material doado, confeccionar em casa e fazer a doação da produção.

 

Os polvos precisam ser confeccionados com linhas 100% algodão e fibra siliconizada antialérgica no enchimento. As doações podem ser entregues no Banco de Leite do Hospital Padre Colombo ou na rua Fausto Bulcão, nº 1610, bairro São Vicente de Paula. Quem desejar, também pode entrar em contato com a embaixadora do projeto pelo telefone 92 9 8414-8938, para receber mais informações.

 

A meta do projeto para o primeiro mês é confeccionar pelo menos quinze polvos e ir aumentando de acordo com a demanda e à medida que mais pessoas comecem a se envolver no projeto. Antes de serem entregues, os polvos serão esterilizados pelos profissionais do hospital. De acordo com Andressa Brelaz, doze bebês estiverem internados na UTI neonatal do HPC, durante a última semana.

 

Brasil tem alta taxa de bebês prematuros

Uma gestação normal dura entre 37 e 42 semanas. Entretanto, vários fatores podem anteceder o nascimento do bebê, como idade da mãe, hipertensão arterial, diabetes, infecção urinária durante a gravidez, má formação do feto e cesárias. No Brasil, 11,7% do total de nascimentos acontecem antes de 37 semanas de gestação. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, os nascimentos prematuros são responsáveis por quase metade das mortes de recém-nascidos no mundo.

 

Bebês prematuros podem desenvolver várias complicações de saúde. Os problemas respiratórios, cardíacos e intestinais são os mais comuns. Segundo o pediatra Sylvio Barros, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, a criança que nasce antes da hora não está tão desenvolvida para lidar bem com os estímulos externos e precisa de cuidados extras do hospital e dos pais.

 

Fontes:

Prematuridade

 

Hospital Moinhos

 

* Parintinense, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Amazonas.

 

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