O cantor Arlindo Pedro da Silva Júnior, ex-apresentador, ex-levantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso, morreu em Manaus às 22h20min deste domingo, dia 29, aos 51 anos de idade. O Pop da Selva, como também era chamado, exerceu as funções de vereador, subsecretário de Cultura do Amazonas e secretário de Cultura de Manaus.
Arlindo lutava contra um câncer de pulmão desde 2016, estava internado desde quinta-feira, dia 26, no Hospital Samel, no Centro de Manaus, e teve o quadro agravado na madrugada de domingo.
No fim da tarde, precisou se submeter a hemodiálise; à noite, um de seus rins parou, por volta das 22h ele teve uma parada cardíaca.
O artista deixa viúva Rosilene Dourado e órfãos cinco filhos.
Em maio deste ano, ele procurou o BNC AMAZONAS para gravar um depoimento sobre o momento que estava atravessando.
Trajetória na toada
Manauara do samba e do pagode, foi com a toada de boi-bumbá que Arlindo Júnior aconteceu para a música, como levantador do Caprichoso.
Sua entrada no ritmo aconteceu em 1988, quando foi a Parintins para uma festa de samba.
Lá, foi convidado pelo compositor José Carlos Portilho a participar da gravação do primeiro LP do boi Caprichoso e no ano seguinte, em 1989, defendeu na arena do Bumbódromo o item 2, do Touro Negro. No mesmo ano se apresentou pela primeira vez com um grupo do Azul e Branco em Manaus. O Show aconteceu na Expoagro.
Ele revolucionou o item, transformando a acanhada brincadeira num espetáculo, fato que lhe rendeu o título de “O Pop da Selva”.
Até sua chegada ao posto, os levantadores se apresentavam como apoiadores do apresentador do espetáculo.
Ele, porém, introduziu movimentos na apresentação, passou a se apresentar com roupas produzidas e a comandar festas, além da disputa.
De acordo com o BNC AMAZONAS, Arlindo também teve grande contribuição na divulgação do boi de Parintins em Manaus. E foi por causa do espetáculo que apresentava que as casas de shows da capital abriram as portas para o ritmo que chegava do interior.
Marcas do Pop
Parceiro de Arlindo Júnior, desde a gravação do LP de 1988, o maestro Neil Armstrong comentou que ele será lembrado principalmente pelas toadas “Bicho homem”, de Ronaldo Barbosa, “Pesadelo dos Navegantes”, de Ronaldo Barbosa, e “Luz, mistério e magia”, de J. Carlos Portilho.
Com informações do BNC AMAZONAS