Porto improvisado não tem estrutura para atender as embarcações que chegam ao município de Parintins

Porto improvisado não tem estrutura para atender as embarcações que chegam ao município de Parintins Fotos: Neudson Corrêa Notícia do dia 09/12/2019

Por Neudson Corrêa

 

“O porto da empresa Socorro Carvalho, no bairro Djard Vieira, não consegue atender as embarcações que chegam ao município de Parintins”. Esta é a declaração de um cidadão que, ao presenciar a dificuldade que os comandantes têm para atracar as embarcações, devido a falta de estrutura, resolveu cobrar uma ação urgente da Prefeitura de Parintins.

 

O autônomo solicita o funcionamento do terminal hidroviário do município que, desde o dia 15 de novembro está com as operações de embarque e desembarque de cargas e passageiros suspensas devido ao rompimento de dois elos da corrente que sustenta a estrutura flutuante.

 

Por causa disso a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos, resolveu interditar a estação hidroviária, localizada à margem direita do rio Amazonas. Problema similar já teria sido verificado outras vezes ao longo de 13 anos.

 

Informalmente, funcionários do terminal acreditavam, logo após o surgimento do problema, que a situação não seria difícil de ser resolvida e que a liberação acontecera na semana seguinte.

 

Com a interdição do cais do porto do município, a empresa Socorro Carvalho passou a oferecer os mesmos serviços, com algumas limitações, a exemplo do que fez em 2011 e 2017 quando a população também ficou sem o terminal de passageiros. Na época, o local que está sob a Administração das Hidrovias da Amazonas Ocidental (Ahimoc) foi interditado pelas mesmas circunstâncias.

 

Porém, sem estrutura adequada para atender a grande demanda, formada por profissionais autônomos entre eles: tricicleiros, moto-taxistas, taxistas, veículos de frete como as camionetes e caminhões, a população cobra providências da Ahimoc, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes.

 

 

O cidadão, que terá sua identidade preservada, disse que ao presenciar a chegada de três embarcações, ao mesmo tempo, uma vinda do Estado do Pará e duas de Manaus, os comandantes tiveram que esperar desafogar a movimentação na balsa para atracarem.

 

Outra reclamação fica por conta do preço praticado pela empresa, dona do porto improvisado. Uma embarcação em trânsito pelo município que queira atracar, o proprietário tem que desembolsar R$ 200,00. Uma diária não sai menos que R$ 100,00. Mas os valores variam de acordo com o tamanho do veículo. Para que um motociclista adentre a área da empresa com o seu veículo ele paga R$ 2,00. Triciclista paga R$ 5,00; taxista R$ 3,00; veículos de frete R$ 5,00; veículo particular R$ 5,00; camionete R$ 10 e caminhão R$ 20,00.

 

 

Com o porto interditado, todos sentem o impacto. Um vendedor de passagens afirma que a classe registrou um ligeiro prejuízo, tudo porque a movimentação passou a ser com maior frequência na nova área. O autônomo, que mantém uma tenda para venda de passagens na rua Ruy Barbosa, avalia que o susto já passou e que a população voltou a comprar os bilhetes para viajar, principalmente para as férias de fim de ano.

 

“No começo tivemos, sim, prejuízo. Mas agora os compradores voltaram a nos procurar aqui nas tendas. As pessoas estão acostumadas conosco e preferem vir aqui”, comenta o vendedor sem querer citar seu nome.             

 

No terminal hidroviário, os funcionários não quiseram comentar sobre o assunto e disseram que as informações são repassadas somente pelo escritório da Ahimoc, em Manaus.

 

O titular da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), Mateus Assayag, afirmou que a Prefeitura de Parintins já enviou relatório ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte e Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (DNIT/AHIMOC) informando sobre a situação em que se encontra o porto local. 

 

Mas ressaltou que o porto é uma área de responsabilidade direta do governo federal, mas que a Prefeitura ofereceu apoio logístico para as equipes dos órgãos federais realizarem as inspeções. “De forma paliativa para melhorar o fluxo e a vida das pessoas, tem a balsa alternativa”, destacou Mateus.

 

Mais sobre o assunto

Logo após a inauguração do logradouro público, em 2006, observou-se que o piso do terminal hidroviário teria ficado baixo demais e que poderia ser alagado com uma grande enchente na região, o que de fato aconteceu em 2009 com a maior cheia já registrada no estado do Amazonas.

 

Em 2011 as instalações prediais passaram por adequações. O edifício teve parte da laje do segundo piso retirada, assim como a elevação da pista do estacionamento de veículos. Foram mais de seis meses de obras, obrigando a população utilizar as balsas do empresário Chiquinho Vasconcelos, atracadas na rampa do mercando central.

 

No início de abril de 2013 o porto de Parintins foi parcialmente interditado pela Defesa Civil do Estado e Capitania dos Portos por apresentar risco de desabamento em seu cais flutuante.

 

A estrutura de ferro da ponte apresentava fissuras, que comprometiam a operação de cargas e de passageiros. Grande quantidade de lixo orgânico (toras de madeira e capim) ficava represada na estrutura metálica, o que agravava ainda mais a situação. O problema foi contornado com a elevação da ponte em cerca de dois metros e, desde então, não houve mais acúmulo de entulho nas treliças que foram construídas rente ao rio e de forma invertida.

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