Governo inaugura Belo Monte e dá a largada para a construção de novas hidrelétricas

Governo inaugura Belo Monte e dá a largada para a construção de novas hidrelétricas Foto: Bruno Spada/MME Notícia do dia 28/11/2019

O governo federal pretende dar sinal verde para a construção de novas usinas hidrelétricas. A informação é do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao discursar na solenidade de inauguração da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, ocorrida ontem, 27, em Vitória do Xingu/PA.

 

O presidente Jair Bolsonaro esteve presente à inauguração, que foi marcada pelo acionamento da última unidade geradora, a 18ª Unidade Geradora da Casa de Força Principal da Usina, que assegura 11.233,1 megawatts (MW) de capacidade instalada, a maior hidrelétrica 100% brasileira.

 

“Os investimentos realizados para a implantação de Belo Monte movimentaram a economia local e nacional. Continuaremos a trabalhar juntos com os demais ministérios, estados, municípios e órgãos envolvidos para construir novas usinas hidrelétricas, que, a exemplo desta, trazem segurança para o sistema elétrico, energia limpa, barata e de qualidade para garantir o desenvolvimento regional e nacional”, anunciou o Ministro.

 

Bento Albuquerque, que considera a conclusão da hidrelétrica um marco histórico para o País, falou sobre os desafios e superações enfrentados ao longo da construção: “deste gigantesco empreendimento de engenharia, que possui 11.000 (onze mil) MW de geração de energia limpa e renovável, que se somam à nossa matriz de energia elétrica, considerada a mais limpa e diversificada”.

 

Ele destacou que, para transmitir a energia de Belo Monte para os centros consumidores, foram construídas as maiores linhas de transmissão do País, em que uma delas é a segunda mais longa do mundo, conectando o Pará ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais. Em sua fala, também salientou que a produção de energia de Belo Monte representa 7% da capacidade total da produção brasileira.

 

“Com todas as unidades geradoras da usina funcionando simultaneamente, ela é capaz de suprir 10% da demanda do mercado nacional”, afirmou, entusiasmado, o Ministro.

 

Benefícios sociais e redução de impactos ambientais

Bento Albuquerque enalteceu os diversos benefícios advindos da construção de Belo Monte, como a geração de mais de 30 mil empregos diretos e da realização de mais de 5 mil ações socioambientais nos municípios da região, com aplicação de mais de R$ 6 bilhões.

 

“Durante toda a obra e, de agora em diante, por toda a operação, os programas socioambientais continuarão sendo executados, fiscalizados e acompanhados pelos órgãos ambientais, sempre buscando reduzir impactos sobre o meio-ambiente e maximizar os resultados para a sociedade”, ressaltou.

 

O Ministro concluiu sua fala externando sua alegria e satisfação com a inauguração de Belo Monte.  “Vejo que somos testemunhas de mais um capítulo de prosperidade, que contou com a visão estratégica, a concepção de uma política energética de estado, criada há mais de 40 anos, com o uso da cultura da nossa academia, da nossa engenharia, da nossa indústria e da capacidade de empreendimentos nacionais”, declarou.

 

“Destaco e enalteço – concluiu -, especialmente, os esforços, a competência e a bravura de todos que trabalharam direta e indiretamente para a realização dessa obra magnífica, por todo e qualquer aspecto que seja considerado”.

 

Belo Monte - História

Instalada no rio Xingu, Belo Monte aumentou significativamente a eficiência, bem como conferiu maior proteção social e ambiental por meio de medidas como a redução da área alagada, passando de 1.225 para 478 km².

 

Esta gigante do setor elétrico brasileiro é composta por duas Casas de Força, onde estão instaladas 24 Unidades Geradoras (UGs). Na Casa de Força Principal são 18 Unidades de 611,11 MW, sendo que cada uma delas é capaz de gerar energia para alimentar uma cidade com 1,5 milhão de habitantes. Na Casa de Força Complementar estão outras seis Unidades menores, com 38,85 MW cada.

 

Belo Monte é classificada como uma “usina a fio d’água”*, e conta com dois reservatórios interligados por um Canal de Derivação com 20 quilômetros de extensão. Este novo arranjo garantiu que nenhuma terra indígena fosse alagada pelo empreendimento. O Reservatório Principal possui 359 km2, sendo que 228 km2 já eram a própria calha do rio Xingu. Já o Reservatório Intermediário abrange 119 km².

 

O complexo hidrelétrico conta com outras duas importantes estruturas no rio Xingu, ao lado da Casa de Força Complementar: o Sistema de Transposição de Peixes (STP) e o Sistema de Transposição de Embarcações (STE). Localizado na margem esquerda do rio Xingu, o STP possui 1,2 mil metros e permite a migração dos peixes através do barramento.

 

Já o STE, na margem direita, está em uso desde 2013 e garante a navegabilidade entre a Volta Grande do Xingu e o trecho à montante da barragem.

 

Com o intuito de reduzir o impacto ambiental, o reservatório Principal do empreendimento, formado na calha do rio Xingu, foi concebido à fio d’água, uma tecnologia moderna e preservacionista que atende aos mais rígidos princípios de sustentabilidade, respeitando o meio ambiente e as comunidades do entorno. 

 

Junto com o reservatório Intermediário, a área alagada do empreendimento totaliza 478 quilômetros quadrados – considerada pequena se comparada à área alagada por outros empreendimentos hidrelétricos e à capacidade instalada da usina. Ambos os reservatórios estão situados entre os municípios de Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu. A área de abrangência da usina ainda contempla outros dois municípios: Anapu e Senador José Porfírio.

 

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