Em matéria assinada por Amanda Audi, Leandro Demori, Rafael Moro Martins, jornalistas do Intercept Brasil, expõe novos trechos das mensagens secretas da Lava Jato em que o procurador Deltan Dallagnol teria sido pago para dar uma palestra para uma empresa investigada pela força-tarefa comandada por ele em Curitiba.
A Neoway, companhia que pagou para Dallagnol ir ao resort Costão do Santinho, em Florianópolis, em março de 2018, estava envolvida — desde 2016 — em uma delação que tem como personagem central Cândido Vaccarezza, ex-líder de governos petistas na Câmara.
Além da palestra, Deltan iniciou negociações para que a Lava Jato adquirisse produtos da empresa que o havia contratado - a Neoway oferece softwares de análise de dados. O procurador chegou a gravar um vídeo para a firma enaltecendo o uso de produtos tecnológicos em investigações. Sobre este vídeo, comentou com um assessor: "Fiquei um pouco preocupado porque ficou parecendo que estou vendendo os produtos deles rsrsrs, mas não foi proposital."
Ao descobrir a citação à empresa na colaboração premiada do lobista Jorge Luz, Deltan escreveu a outros procuradores: "Isso é um pepino pra mim”.