Maio Amarelo em Parintins segue despercebido

Maio Amarelo em Parintins segue despercebido Fotos: Fernando Cardoso Notícia do dia 04/05/2019

O Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), por meio dos Departamentos Estaduais de Trânsito (DETRANs) e Empresas Municipais de Trânsito e Transporte (EMTTs) está promovendo o Maio Amarelo, uma campanha que visa alertar os condutores de veículos automotores para diminuir os acidentes de trânsito, uma ocorrência que afeta diretamente o cidadão por conta das perdas materiais, comprometimentos de cunho psicológico, incapacidade física, sequelas e mortes.

 

O alto índice de feridos e mortos em acidentes em vias públicas em todo o mundo aponta para um quadro complexo da sociedade atual, suscitando questões sobre o papel do Estado e dos cidadãos na segurança do trânsito, e o impacto na economia e na saúde pública.

 

Em Parintins, a questão trânsito ainda é um dos problemas vivenciados diariamente com pelo menos de três a seis acidentes por dia conforme dados levantados nos setores de atendimentos dos hospitais da cidade.

 

Procurado pela Repórter Parintins, o diretor da Empresa Municipal de Trânsito e Transporte (EMTT), Álvaro Cerdeira, disse que o órgão não conseguiu diminuir o número de acidentes em Parintins, o que diminuiu segundo ele, foi a gravidade dos acidentes por conta do uso do capacete.

 

Cerdeira sustenta que a falta de conscientização dos que conduzem veículos automotores, principalmente motocicletas tem contribuído para o aumento no número de acidentes de trânsito na Ilha.

 

“Quantas e quantas vezes fizemos a educação no sentido de instruir os usuários quanto às formas adequadas e seguras de utilização das vias públicas, promovendo sinalização das ruas, no sentido de prover o sistema viário que possibilitem a movimentação de veículos em ordem e as pessoas (pedestres) trafegar com conforto e segurança, mas a falta de consciência ainda é o vilão para o acontecimento dos acidentes”, declarou.

 

O Maio Amarelo é um movimento promovido e coordenado entre o Poder Público e a sociedade civil para colocar em pauta o tema de segurança viária e mobilizar a sociedade envolvendo a maior quantidade possível de organizações para efetivamente discutir o tema, engajar-se em ações e promover mudanças efetivas.

 

O diretor do DETRAN/AM, Rodrigo de Sá, explica que o Maio Amarelo 2019 tem como base o tema do “No trânsito, o sentido é a vida” e o mote “Me ouça”, para que todos façam um levantamento sobre o que se pode fazer em cada um dos papéis que assumimos no trânsito, seja pedestres, ciclistas, condutores e passageiros para a melhoria do trânsito e, consequentemente a redução de acidentes.

 

“Então é um chamamento do poder público, da sociedade civil organizada como um todo para os altos índices de acidentes de trânsito e de pessoas mortas e feridas, muitas delas com invalidez permanente decorrente dos acidentes, e do alto custo que isso gera pro poder público, pro tripé da seguridade social, seja na saúde, na previdência e na assistência social”, declarou.

 

Questionado se na prática a companha promove uma mudança de comportamento do condutor, do pedestre e por todos que fazem o trânsito, Rodrigo Sá explicou que junto com os parceiros o DETRAN vem conseguindo reduzir os números de acidentes, porém o índice ainda é alto e não está de acordo com o que foi estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Segundo ele, pesquisas mostram que a falta de atenção e a imprudência dos motoristas são maiores causadores de acidentes. “Estudos apontam que mais de 50% dos acidentes de trânsito são causados por falhas humanas”, comentou.

 

Especialistas em trânsito questionam o por que das pessoas não respeitarem os pedestres? Por que os limites de velocidade não são respeitados? O que o “não uso” da sinalização (seta) pode causar no trânsito? A multa é uma forma de educar o cidadão?

 

Falhas humanas como imperícia, imprudência e desatenção são motivações para que 90% dos acidentes ocorram. O autônomo José Alencar Prado acredita que só a conscientização não vai mudar o cenário de acidentes e mortes no trânsito da Ilha.

 

“Acredito que só a educação não vai resolver, porque o cidadão não respeita, acredito que a multa será uma forma de educar o cidadão. O celular, por exemplo, e direção são uma mistura tão perigosa quanto conduzir um veículo alcoolizado e isso é visto todos os dias na cidade”, comentou.

 

Com todos os tipos de infrações cometidas diariamente na cidade a EMTT não tem um calendário de fiscalização para impedir esses comportamentos dos condutores de motocicletas.

 

Segundo dados do DATASUS, 130 mil pessoas morrem por trauma no Brasil ao ano. 450 mil, ao ano, ficam com sequelas graves como não poder mais andar, dificuldades na fala, alimentar-se, estudar e trabalhar. Os acidentes de trânsito e a violência urbana ainda são as principais causas de traumas.

 

Dados da Seguradora Líder do DPVAT, em 2018 foram pagos em todo o País seguros para 246.993 acidentes com motocicletas.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

 

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