Quadras poliesportivas em Parintins sem manutenção e sem conclusão

Quadras poliesportivas em Parintins sem manutenção e sem conclusão Fotos: Fernando Cardoso Notícia do dia 28/03/2019

A falta de manutenção e conclusão de espaços públicos para as práticas esportivas atropela o que preconiza o artigo 217, parágrafo II, inciso 3º da Constituição Federal.

 

Em Parintins, por exemplo, a ausência de campos de futebol ou quadras poliesportivas força a juventude construir campos improvisados em locais impróprios ou inadequados, bem como leva atletas de modalidades individuais treinarem em locais que não oferecem rendimento tático, físico e técnico.

 

Aos olhos da população, existem quadras, ginásios poliesportivos públicos outros privados que possibilitam as práticas e eventos desportivos, mas apenas uma parcela tem acesso ao uso.

 

Se quadras esportivas como: Rubens dos Santos no bairro de Palmares, próximo ao Corpo de Bombeiros, quadra da escola estadual João Bosco, quadra da Escola Estadual Dom Gino, Mini-Vila Olímpica e quadra poliesportiva da Praça Benedito Azedo, no bairro de Nazaré, Praça de Esporte e Cultura (PEC), no bairro União, quadra de esporte do Conjunto João Novo e quadra de esporte do Conjunto Macurani, se recebessem manutenção ou tivessem sido concluídas ofertariam mais espaços para a juventude praticar esportes.

 

A quadra Rubens dos Santos está há mais de uma década sem receber melhorias. A Mini-Vila Olímpica não chegou a ser concluída por conta de uma briga jurídica entre o Município e o Amazonas Esporte Clube. O terreno está sob judice.

 

A quadra que existe ao lado da Escola Senador João Bosco, que pertence a comunidade é mais utilizada pelos estudantes do educandário. A quadra era para ser instalada no bairro de Palmares, porém o prefeito da época acabou fazendo manobra para que fosse instalada no centro.

 

As quadras dos conjuntos Macurani e João Novo se tornaram inutilizáveis, inclusive, a do João Novo praticamente não existe mais. A cada ano que passa a iniciativa privada vai ocupando parte do terreno.

 

A quadra da Escola Dom Gino, segundo os próprios alunos, precisa de reforma para ser mais utilizável. A quadra da Praça Benedito Azedo que já era para ter sido concluída no mês de fevereiro de 2018, ainda aguarda finalização.

 

A Praça de Esporte e Cultura (PEC) do bairro União passou por duas administrações e segue no terceiro ano do atual mandato do prefeito Bi Garcia e ainda não foi concluída.

 

O pedreiro Raimundo Alves, morador do Bairro, rechaçou a obra igual novela. “São muitos capítulos e promessas sem conclusão. Entra e sai prefeito e nenhum procura terminar essa obra”, relatou. 

 

O morador do bairro de Nazaré, José Lima, disse não acreditar que a quadra da Praça Bendito Azedo seja concluída ainda esse ano. “Todas as vezes que a demora é criticada na imprensa, eles mandam alguns operários mexerem na obra, mas depois somem”, comentou.

 

O local segundo ele virou uma espécie de fumódromo para viciados, os quais praticam também vandalismo no espaço público.

 

A quadra Rubens dos Santos no bairro de Palmares, próximo ao Corpo de Bombeiros, sempre foi esquecida pelas administrações municipais. Embora o local esteja sendo deteriorado pela ação do tempo, ainda é utilizado por crianças e jovens dos bairros de Palmares e Francesa.

 

A reportagem esteve no local e quando questionou quem fazia a manutenção do espaço público, crianças e adolescentes foram firmes em informar que a limpeza e pintura interna é executada pelo pessoal da área vermelha, conhecida como Macacada.

 

“Às vezes o pessoal dos bombeiros dá a mangueira para lavar a quadra, mas a pintura de dentro, limpeza e instalação das traves é o pessoal da macacada, inclusive, às vezes quando está muito mato eles mandam roçar pra gente jogar bola”, contou um adolescente de 12 anos.

 

Relacionado a quadra ao lado da Escola João Bosco, questionado por mensagens, o gestor da escola informou que existe uma parceria entre o Estado e Município. A reportagem esteve na escola e foi informada que o educador está de férias e sua substituta não se encontrava no momento no educandário.

 

Relacionado a quadra do Conjunto Macurani, um dos moradores que preferiu permanecer anônimo disse que o local pertence ao Estado. “Já vieram várias vezes medir, bateram fotos, encaminhamos documentos e nada. Isso vai acabar de vez”, comentou.

 

Quanto a Mini-Vila Olímpica, o presidente do Amazonas Esporte Clube, Beto Medeiros, adiantou que a propriedade do terreno está sob judice, inclusive, na segunda instância. Ele disse que prefere não comentar mais sobre o processo e aguardar a Justiça se posicionar.

 

Respostas

 

Em contato com o secretário municipal de Obras, Mateus Assayag, ele informou que a Praça de Esporte e Cultura (PEC) do bairro União está com 93% concluída, faltando apenas a pintura das paredes, piso e instalação dos equipamentos que já foram licitados. Mateus disse que a previsão de entrega é de 40 ou 60 dias.

 

Quanto a entrega da quadra poliesportiva da Praça Benedito Azedo, no bairro de Nazaré, o secretário de Obras comentou que deram um aperto na empresa L. de S. Azevedo Construção para agilizar a conclusão das obras do ginásio.

 

Segundo Mateus existe a probabilidade de a municipalidade fazer a inauguração da obra no mês de junho, mas poderá sofrer alteração e ser entregue no mês de agosto.

 

Referente a quadra Rubens dos Santos no Bairro de Palmares, Assayag adiantou que existe um projeto para ser executado em duas etapas, a primeira seria uma reforma com pintura, troca do piso, traves, alambrados, iluminação e muretas, depois a cobertura do espaço esportivo. Mateus disse que ainda não tem uma previsão para o local passar por reformar por falta de recursos.

 

Quanto a Mini-Vila Olímpica, Assayag explicou que está em processo de tomada de conta especial no Tribunal de Contas da União (TCU). 

 

“Informação oficial da Caixa Econômica que temos é de que a parte financeira de desembolso está equilibrada, está empate com a parte de execução de obra. A questão é o impasse jurídico entre a Prefeitura e o Amazonas”, explicou.

 

Em 2013, segundo Mateus, o ex-prefeito fez um depósito em juízo para comprar o terreno, a direção do Amazonas não aceitou o valor e entrou com uma ação na justiça, o processo continua em tramitação em segundo grau.

 

“O prefeito Bi busca um entendimento com a direção do Amazonas para resolver o impasse e assim podermos ir ao TCU pedir o reinício das obras, mas isso depende de questão jurídica”, declarou Assayag.

 

Sobre a quadra da escola estadual João Bosco, Mateus fez uma longa explanação que foi construída com recursos de emenda parlamentar da ex-deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB) conquistado pelo município, mas foi construída num terreno de uma escola pública estadual, sendo que o local passou a ser mais da escola que do município.

 

“Agora você imagina a salada, a quadra é da Prefeitura, mas para entrar na quadra da Prefeitura tem que entrar no terreno do Estado, acabou que a quadra virou da escola”, finalizou.

 

Referente às quadras dos conjuntos Macurani e João Novo, da Escola Estadual Dom Gino Malvestio, a reportagem não consegui contato com o Estado.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

 

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