IBGE divulga dados preliminares do Censo Agropecuário no município de Parintins

IBGE divulga dados preliminares do Censo Agropecuário no município de Parintins Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 20/08/2018

A Comissão Municipal de Geografia e Estatística Agropecuária (CMGE) da Agência Local do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou na última quinta-feira (16), os dados preliminares referentes ao Censo Agropecuário de 2017 no município de Parintins.

 

A divulgação foi feita durante a reunião da Comissão Municipal de Estatística Agropecuária (COMEA) e contou com a presença dos representantes do ADAF, SEMPA, Sindicato Rural Patronal, coordenadores da coleta do Censo Agro em Parintins e chefe da Agência Local do IBGE, Maria de Fátima dos Santos Silva.

 

De acordo com a sinopse preliminar, houve redução no número de estabelecimentos rurais. Ao todo, dos 4.288 que configuravam na lista prévia de cadastrados foram visitados 2.742 estabelecimentos, em uma área total de 126.999 hectares, nos quais foram aplicados questionários com 565 perguntas.

 

O subcoordenador de área, Lamin Gonçalves, declarou do que se esperava o resultado ficou muito abaixo no número de estabelecimentos agropecuários estimados.

 

“Muitos estabelecimentos não foram encontrados. Numa das reuniões da CMGE em conversa com a representante da ADAF fomos informados que houve de fato uma redução no número de criadores de gado, então a princípio se deve a isso essa redução de propriedades”, explicou.

Os dados quanto ao número de propriedades (3.603) e número de pessoas ocupadas por menos de 90 e mais de 180 dias trabalhados nesses estabelecimentos somam-se um total de 11.765 pessoas.

 

Os dados permitem a análise de que a população do campo está envelhecendo. Apenas 688 dos estabelecimentos são geridos por pessoas com 60 anos ou mais.

 

A sinopse mostra que o processo de êxodo dos jovens continua e o problema da sucessão familiar também. Apenas 236 estabelecimentos são gerenciados por pessoas com menos de 30 anos e 1.814 deles por produtores de 30 a 60.

 

O acesso a comunicação (telefone e internet) nos estabelecimentos agropecuários cresceu. Atualmente 983 estabelecimentos possuem telefone (celular e rural), enquanto que 710 tem acesso à internet (24 banda larga e 690 móvel).

 

Pecuária e Agricultura

 

Embora haja avanços no setor agropecuário, existem algumas reduções como por exemplo, na plantação de diversas culturas e na pecuária.

 

Atualmente, pelos dados preliminares levantados pelo Censo Agro, a pecuária parintinense conta com 66.388 cabeças de gado branco e bubalino, destes 62.231 gado branco e 4.157 bubalinos. O total de bovinos para o abate é de 5.517, não especificado se mensal ou anual.   

 

A engenheira agrônoma da ADAF, Wanderléia Gonçalves Ribeiro, lembrou que para contribuir com o Censo Agro o órgão apresentou os dados do rebanho bovino parintinense levantados durante a primeira e a segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa.

 

Na primeira etapa foram vacinados 59.981 cabeças, sendo 55.370 gados branco e 4.611 búfalos, de acordo com a declaração feita pelos criadores na ADAF.

 

Como a 2ª etapa da vacinação não encerrou, dados coletados até o dia 11 de agosto de 2018 apontam que os números caíram, sendo apenas declarados no órgão 56.571 animais, destes, 52.077 são gado branco e 4.494 bubalinos.

 

Ainda no setor pecuário, nas mais diversas criações, os números coletados pelo Censo são irrisórios para a perspectiva da produção animal e avícola. No levantamento preliminar, os criadores parintinenses dispõem de 6.927 suínos, 1.790 ovinos, 784 caprinos, 4.112 equídeos, asininos 28, muares 10 e 55.122 aves.      

 

Relacionado a produção de aves e ovos, anualmente são produzidas 289.973 unidades de ovos e vendidas 22.815 aves (galinhas e patos).

 

Na área da agricultura, Lamin explica que também houve aumento da produção de alguns itens e redução de produtos que antes eram cultivados, como o arroz. Atualmente somente uma propriedade cultiva o grão (0,20 hectares) com uma produção anual de 425 quilos.

O carro chefe do setor continua sendo a mandioca para a produção de farinha. Nos 1.674 estabelecimentos visitados pelos recenseadores, os produtores asseguraram produzir 19.592.430 quilos do produto.

 

A banana é o segundo colocado em produção. De 222.979 pés os agricultores obtêm uma produção de 1.583.708 cachos.

 

O terceiro colocado na lista de produção agrícola é a melancia. Dos 445 estabelecimentos visitados pelos recenseadores, os produtores informaram produzir 1.225.979 unidades do fruto.

 

O quarto produto mais cultivado no município é o jerimum. Em 269 estabelecimentos rurais são produzidas 310.147 mil unidades.

 

Lamin explica que faltam políticas públicas para incentivar o plantio de arroz, cana de açúcar, feijão, juta e malva. “Antigamente existia a distribuição de sementes, hoje não existe mais o incentivo do governo”, comentou.

 

A chefe da Agência Local do IBGE, Fátima Silva, lamentou a ausência de representantes de órgãos nas reuniões da COMEA para seguir as diretrizes e até mesmo propor políticas públicas para o setor primário.

 

A engenheira agrônoma Wanderleia Gonçalves, represente da ADAF destacou que o órgão teve participação direta no Censo, contribuindo com a lista de produtores e suas propriedades com objetivo de que o IBGE pudesse identificar e classificar os produtores em função do tamanho do rebanho bovino.

 

Sobre a diminuição do rebanho bovino do município, a engenheira assegura que o trabalho da ADAF em fazer a separação do rebanho do município parintinense dos municípios como: Urucará, Nhamundá, Barreirinha e Juruti resultou na queda dos números, sem deixar de fora fatores climáticos e tempestividades no momento da passagem do gado.

 

“Fizemos a separação do rebanho, cada um no seu município. Tem muitos produtores cadastrados na ADAF, mas geograficamente suas propriedades pertencem a outros municípios. Com nossas informações o IBGE pôde visitar as propriedades e identificar que em função dessa sazonalidade de várzea e terra firme onde o produtor se encontra e como localizar o rebanho dele”, explicou.

 

Fernando Cardoso | Especial Repórter Parintins

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