Susam antecipa vacinação contra a poliomielite no Amazonas após surto na Venezuela

Susam antecipa vacinação contra a poliomielite no Amazonas após surto na Venezuela Foto: Marcondes Maciel Notícia do dia 15/06/2018

As autoridades de saúde do Estado vão antecipar em um mês o início da vacinação contra a poliomielite nos municípios do Amazonas. A medida se dá em face do alerta feito na última quarta-feira (13) pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre a necessidade de atenção redobrada diante da detecção de um surto da doença na Venezuela, por onde o Estado está interligado por via terrestre, pela BR-174.

 

A campanha de imunização estava marcada para iniciar em agosto e agora vai começar no mês que vem. A poliomielite está erradicada em todo o País desde 1990 e, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), desde 1989 não há registro da doença no Estado.

 

A cobertura vacinal do Estado está abaixo da meta do Ministério da Sáude (MS), que é de 90%. Em 2017, a cobertura da vacina foi de 70% no Amazonas e em Manaus 72%. Em função disso, a atual administração da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), que assumiu em outubro, informou que vai executar um planejamento estratégico para massificação da vacina, com campanha de conscientização para a população.

 

O diretor-presidente da FVS-AM, Bernardino Albuquerque, explicou que a cobertura abaixo do ideal é preocupante. “A cobertura vacinal do Amazonas não nos permite, com segurança, dizer que essa reintrodução não seja possível. Nossa cobertura vacinal tem declinado. No País ela é de 95%, mas ano passado no Estado foi de 70%, o que não nos dá segurança de ficar tranquilos no momento”, disse ele.

 

“Temos que implementar a cobertura nacional em todos os municípios do interior e capital para que possamos, com segurança, ter a intercepção da entrada do vírus. Não vamos esperar a vacinação em agosto, vamos nos antecipar a todo esse processo”, completou.

 

“Se eu não conseguir uma cobertura vacinal adequada de 95% da população, de crianças que nasceram em determinado ano, estaremos criando bolsões susceptíveis que podem gerar surtos de poliomielite”, acrescentou o especialista.

 

“Vamos fazer tudo o mais breve possível, mas temos que viabilizar, antes, a proposta de município para município, fazer o envio das vacinas para que possa ser feito desenvolvimento em nível local e rural para que, até final de junho, já tenhamos tudo pronto para iniciar em julho, estilo campanha de vacinação”, contou ele.

 

Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o “Certificado da Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem”, juntamente com os demais países do continente americano. Entretanto, disse o diretor-presidente da FVS, a confirmação de casos em áreas rurais da Venezuela é um risco da volta da doença ao continente.

 

“Isso realmente é uma situação que preocupa, pois esse certificado de erradicação não é só do Brasil, mas de todas as Américas. Havia, ainda, dentro do contexto mundial focos isolados na África. Mas houve essa informação e há a necessidade de que cada Estado, principalmente os fronteiriços com a Venezuela, de se manterem em acerta para detecção de casos e implementação da vacina contra a pólio”, disse Bernardino Albuquerque.

 

Na quarta-feira, por meio de uma nota pública destinada aos médicos, à população e ao governo federal, a SBP levantou o alerta. No documento divulgado no site da instituição, a entidade orientou os pediatras a “estarem atentos aos possíveis casos de paralisia flácida aguda e para a importância de sua adequada investigação”.

 

Com informações do Portal A Crítica

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