Roberto Reis fica em 2ª lugar do Concurso de Tela do Festival e tem sua obra desclassificada

Roberto Reis fica em 2ª lugar do Concurso de Tela do Festival e tem sua obra desclassificada Foto: Marcondes Maciel Notícia do dia 19/05/2018

O artista plástico Roberto Reis vai entrar com um recurso judicial junto a Comissão Organizadora do Concurso de Telas do Festival Folclórico de Parintins 2018. Roberto Reis teve sua tela como segundo lugar na escolha dos jurados, na noite de sexta-feira, 18 de maio, na área externa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em Parintins.

 

Porém, no anúncio do resultado final um grupo de artistas plásticos protestou e pediu a desclassificação da obra de Roberto Reis, sob a alegação que o estilo da pintura não atendia uma das cláusulas do edital.

 

No item 2.2 do edital do certame diz: “As obras artísticas obedecem a temática LIVRE e o estilo artístico ESTILIZADO, ambos voltados para o Festival folclórico de Parintins, no qual o artista tem a liberdade de expressão, dentro da proposta do concurso, assim como a técnica de pintura e confecção da mesma”, concordado com item 2.6 -  “A obra será ESTILIZADA  para melhor entender os padrões visuais propostos neste edital”.

 

Diante do protesto dos artistas que entenderam que a obra de Reis não se trata de estilo estilizado, o presidente da Comissão Organizadora, Chico Cardoso, sugeriu a votação em “assembleia” dos artistas para se definir se a tela vencedora do segundo lugar poderia ou não ser desclassificada. Por unanimidade a “assembleia” votou pela desclassificação da obra em questão.

 

Sendo assim, a obra que obteve o terceiro lugar, do artista Iran Martins, ocupou o segundo lugar em substituição da tela do Roberto Reis e a tela do artista Miguel Carneiro, classificada em quarto lugar, subiu para a terceira posição, sendo que o primeiro lugar ficou para o artista Marcelino Melo.

 

De acordo com Chico Cardoso, diante do recurso de Roberto Reis, a assessoria jurídica da Prefeitura de Parintins vai ficar responsável pela avaliação de julgamento do recurso apresentado.

 

Roberto disse que a obra apresentada por ele foi inscrita normalmente no concurso e não houve nenhuma restrição ou veto à sua participação, competiu no concurso e foi votada pelos jurados como a segunda melhor tela para o Festival de Parintins 2018.

 

“Como realizaram uma assembleia se não tem a ata, não tem nada e nem está no regulamento. Isso só aconteceu porque eu tirei em segundo lugar. Se eu tivesse ficado fora da classificação final dos vencedores a minha tela estaria concorrendo”, pontuou.

 

Roberto Reis questiona a ausência de profissionais com conhecimento técnico em arte plástica para atestar o estilo e a autenticidade das obras concorrentes, com presença de um curador de arte, de acordo com item 2.4 “O estilo e o conteúdo estético, identifica ou distingue a obra, além de servir como critério na pré-seleção realizada por profissional habilitado indicado pela organização do concurso”.

 

O concurso foi realizado pela Associação de Artistas Plásticos de Parintins (AAPP)  e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura (Semctur).

 

Foram 40 telas concorrendo no certame que disputaram nos quesitos criatividade, acabamento e expressão na avaliação de cinco jurados. Houve premiação para as três primeiras colocadas.

 

Marcondes Maciel | Repórter Parintins

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