Rede de Leitura amplia conhecimento de educadores sobre recursos necessários para inclusão

Proposta deste ano foi ampliar o conhecimento dos recursos necessários para inclusão

Rede de Leitura amplia conhecimento de educadores sobre recursos necessários para inclusão Foto: Marcondes Maciel Notícia do dia 20/09/2016

A oportunidade de conhecer o que se passa ao seu redor e elevar a qualidade de vida para as pessoas com deficiência visual, através de recursos que os intermediários da leitura e educadores podem ofertar depois de um ciclo de palestras, foi um dos pontos de destaques para o jovem Ricardo Emanoel Carvalho Marinho, 34, cego desde 2013, quando perdeu a visão em um acidente de trabalho.

 

O evento contou com palestras sobre psicomotricidade e dicionário trilíngue ministradas por professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). “Essa é a forma da gente adquirir conhecimento para que possamos repassar para outras pessoas e ampliar esse conhecimento”, disse Ricardo.

 

Ricardo Emanoel é natural de Barreirinha e antes de ficar cego trabalhava como técnico agrícola. Ele foi um dos mais de 300 participantes do 3º Encontro Estadual da Rede de Leitura Inclusiva realizado em Parintins de 14 a 15 de setembro, no auditório dom  Arcângelo Cerqua.  Em Parintins a Rede de Leitura Inclusiva é dirigida pelo coordenador da biblioteca braile, Carlos Bruce Fragata.

 

O evento da Fundação Dorina Nowill Para Cegos em parceria com a Biblioteca Braille do Amazonas e Secretaria Municipal de Educação (Semed) contou com a participação da coordenadora nacional do projeto Rede de leitura Inclusiva, Ana Paula Silva, representantes estaduais dos grupos de trabalho, profissionais da leitura, educadores, gestores e sociedade civil dos municípios de Parintins, Barreirinha, Maués, Urucará, Boa Vista do Ramos e Oriximiná, no Para.

 

Para Ricardo Emanoel Marinho levar o conhecimento para Barreirinha é um grande avanço para dar início às políticas públicas voltadas para inclusão de pessoas com deficiência.  “Em minha cidade não existe projeto de inclusão. Mesmo durante eu enxergar nunca eu vi um projeto voltado para a educação inclusiva”, ressaltou.

 

Ricardo Emanoel que convive há um ano e dois meses como deficiente visual, disse que participar de encontros como esse trás novos conhecimento. Ele mobilizou outras pessoas para criar a associação de pessoas com deficiência em Barreirinha para lutar por projetos de inclusão e acessibilidade. “A gente quer trazer parcerias para Barreirinha, de uma forma a ter um contexto de acessibilidade. Ainda existe muito bullying, desigualdade com o deficiente, não só com o deficiente visual, mas com todas as deficiências”, contou.

 

A coordenadora Ana Paula Silva, disse que o evento é voltado para a pessoa com deficiência visual ou outra deficiência. Ela informou que é o segundo ano que a Fundação Dorina Nowill Para Cegos promove essa ação com o grupo de trabalho do Amazonas. “A proposta deste ano foi trazer os profissionais para conhecer melhor sobre as deficiências e necessidades de acesso a informação, dos recursos necessários, de formas de atender melhor a pessoa com deficiência e garantir a inclusão”, disse a coordenadora Ana Paula Silva.

 

Marcondes Maciel | Repórter Parintins

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