Homem usa nome da promotora Carolina Maia para ameaçar invasores do bairro União

Homem usa nome da promotora Carolina Maia para ameaçar invasores do bairro União Foto: Marcondes Maciel Notícia do dia 03/08/2016

Um grupo de pessoas que fixou moradia por meio de invasão em uma área de preservação ambiental do bairro União procurou na manhã de terça-feira, 02 de agosto, no Fórum de Justiça Raimundo Vidal Pessoas a promotora pública Carolina Monteiro Chagas Maia para denunciar Cleandro Teixeira Gonçalves. O homem que se diz advogado está usando o nome da promotora Carolina Maia e da defensora pública Carol Rocha para se intitular líder da ocupação, retirar famílias dos barracos e até obter vantagens financeiras.

 

O grupo reuniu com a promotora Carolina Maia, na manhã de terça-feira, 02 de agosto e relatou o fato. De acordo com a promotora Carolina Maia, até o momento o caso é desconhecido do Ministério Público.  “O Ministério Público não foi contactado. Se for contactado só vai falar nos autos. A gente só pode se manifestar sobre aquilo que a gente conhece. Eu desconheço esse assunto”, disse.

 

A agente ministerial Carolina Maia afirmou que todas as providências legais serão tomadas, caso se confirme que o membro da comissão de invasão, Cleandro Teixeira, está falando em nome de integrantes do Ministério Público do Estado, Comarca de Parintins.

 

“Não sei o que essas pessoas espalham. Mas, se for o caso, procurarei os meus direitos, registrarei a ocorrência na delegacia de polícia. Então tomarei as providência necessárias. Por enquanto estou entendendo que essa pessoa está agindo com brincadeira, ou não sei o que está acontecendo. Mas desconheço o fato”, disse.

 

De acordo com uma das senhoras denunciantes, que por questão de segurança terá o nome no anonimato, Cleandro Teixeira Gonçalves fala para os ocupantes da terra na invasão do bairro União que a promotora pública Carolina Maia e da defensora Carol Rocha estão inteiradas sobre o processo de ocupação da área.

 

A denunciante afirma, inclusive, que é dito por Cleandro Gonçalves que quando for expedido o mandado de reintegração de posse da área a promotora e a defensora vão engavetar a ordem judicial. “Ele diz que elas vão passar de helicóptero verificando quem tem casa e quem não tem. Ele ameaça se não fizer logo o barraco, eles tomam o terreno das pessoas”, frisou.

 

A senhora denunciante disse também que Cleandro Teixeira fala para as pessoas que estão construindo casas na invasão que é advogado e que está amparado pela lei. “Ele diz que é advogado e que se forem denunciar ele, não vai dar em nada porque ele tem mais poder que as pessoas que invadiram. Já houve várias denúncias contra ele. Por isso vim procurar a promotora para pedir uma resposta, porque ele fica usando os nomes delas”, afirmou.

 

A senhora relatou ainda que Cleandro está dando 15 dias para as pessoas construírem a casa, caso contrário perdem o direito de permanecer no terreno. “E muitos não tem condições. A minha casa é de lona, mas eu moro lá. Não tenho condições de fazer uma casa de madeira ou alvenaria”, explicou.

 

A denunciante contou que Cleandro e outras pessoas que se dizem da comissão da invasão coletam dinheiro dos invasores. “Eles ficam pedindo dinheiro para colaborar com a instalação de luz e encanação de água e esse dinheiro não apareceu. Todo tempo eles ficam pedindo dinheiro. Pediram dinheiro que era pra autenticar os documentos e até agora nada”, disse.

 

Marcondes Maciel | Repórter Parintins

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