Comunidades indígenas de Parintins recebem intervenção cirúrgica dos Expedicionários de Saúde

Comunidades indígenas de Parintins recebem intervenção cirúrgica dos Expedicionários de Saúde Fotos: Marcondes Maciel Notícia do dia 11/07/2016

Levar medicina especializada e atendimento cirúrgico às populações indígenas da Amazônia é a principal missão da Associação Expedicionários de Saúde. O grupo de médicos voluntários enfrentou as diversidades geográficas e se embrenhou na floresta do Baixo Amazonas para realizar procedimentos cirúrgicos de alta complexidade para os povos das etnias sateré-mawé do Andirá-Marau e hixkaryana no alto Nhamundá. A ação teve início na sexta-feira, dia 8 e encerra no dia 16 deste mês.

 

A ação humanitária dos médicos especialistas voluntários tem o objetivo de realizar cerca de 300 cirurgias oftalmológicas e de hérnias na área indígena do rio Andirá. Para atender os indígenas foi montado um hospital de campanha na escola agrícola São Pedro, pertencente a Diocese de Parintins, polo Umirituba, para atender também cerca 1.500 pessoas com consultas médicas e outros serviços ambulatoriais, segundo estimativa da equipe.  

 

De acordo com o coordenador da Expedição de Saúde, Ricardo Afonso Ferreira, a organização de médicos voluntários recebe o apoio da Igreja Católica, por meio da Diocese de Parintins, Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Ministério da Defesa (Exército, Aeronáutica e Marinha), Ministério da Justiça, por meio da Funai. “É a terceira vez que a missão de intervenção cirúrgica vem a essa região indígena. A organização de médicos voluntários esteve na região em 2009, 2010 e voltou agora em 2016”, informou.

 

A equipe conta com profissionais de diversos Estados: Amazonas, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraíba, Brasília, Minas Gerais e Paraná. “Uma equipe de 60 profissionais, sendo 33 médicos, 6 odontologistas, 13 enfermeiras, além do pessoal de logística e de informática. Os pacientes operados recebem todo os acompanhamentos pré e pós operatórios, inclusive com medicamentos e óculos para os que tem problema de visão”, disse Ricardo Afonso.

 

Para a coordenadora do Dsei/Parintins, Paula Cristina Rodrigues, a ação em saúde conta com modernos equipamentos para atender os pacientes. Ela enumerou duas salas cirúrgicas, ambulatório da oftalmologia, sala de estilização de equipamentos e ultrassom. “São realizadas em torno de 50 cirurgias por dias. A equipe conta com anestesistas, cirurgiões, oftalmologistas, ortopedistas que realizam cirurgias de catarata, hérnia e pequenos procedimentos cirúrgicos”, disse. A coordenadora Paula Cristina Rodrigues ressaltou que os expedicionários cumprem um cronograma de atividades em 34 distritos de todo o país, onde realiza expedições de cirurgias.

 

Os Expedicionários de Saúde reúnem pessoas que querem a melhoria da qualidade de vida comum e para isso oferecem o que sabem fazer de melhor, através de seu trabalho. O médico geriatra, José Carlos Campos Velho, da atua na ação humanitária como clínico geral, é a terceira vez que vem ao município integrando a equipe de expedicionários. “É de grande importância levar atendimento especializado a uma população que não tem acesso a centros avançados em saúde na região. Isso é gratificante”, contou.

 

O tuxaua sateré-maué, do rio Uaicurapá, Mateus Batista, disse que os indígenas de sua aldeia precisam sempre da atenção à saúde. Ele ressalta que muitas das vezes os indígenas têm dificuldades de se deslocarem para a cidade e serem atendidos na rede pública de saúde. “Tendo uma ação como essa perto de nós facilita, principalmente para nossas crianças e idosos”, justificou.

 

O indígena da etnia sateré-mawé, José Barbosa Filho, morador da comunidade Nova Jerusalém do Rio Urupadi, aproveitou a ação voluntária para curar a filha Beatriz Batista Barbosa, 6 anos de idade, de uma hérnia. Seu José conta que a menina sofria muito com fortes dores. Com a chegada dos expedicionários a garota fez os exames e foi submetida ao procedimento cirúrgico. “Só tenho a agradecer os médicos. Foi uma operação rápida e agora minha filha vai ficar boa”, disse.

 

Marcondes Maciel | Repórter Parintins

 

 

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