O boi-bumbá Caprichoso encerrou a primeira noite de apresentação exaltando Parintins e seu folclore. O apresentador Fabiano Neves iniciou a narração do espetáculo do azul e branco de maneira versada, em uma simbologia encontrada na literatura de cordel. O cantor mirim Bruno Reis entoou a música “Boi da Lua” e logo em seguida as toadas Viva Parintins e Amazônia nas Cores do Brasil.
O primeiro momento alegórico do Caprichoso foi a Exaltação Folclórica “Mãe Natureza”, homenageando a diversidade amazônica e, na sequência, foi apresentada a Figura Típica Regional “A Cura e a Fé”, homenageando as benzedeiras que vieram do nordeste brasileiro para usar o dom divino da cura através da caridade. Na Amazônia, conheceram as ervas medicinais e aprenderam a curar através da medicina popular.
O amo do Boi Edmundo Oran, a sinhazinha da fazenda Adrianne Viana, a rainha do folclore Brena Dianná e o próprio boi Caprichoso foram o ponto alto da evolução da alegoria assinada pelo artista Juarez Lima.
Tandawú, a fera das águas, foi a lenda amazônica do Caprichoso no primeiro ato de espetáculo. Após um incidente ocorrido com a alegoria da lenda Juma, de André Amoedo, o trabalho de Neizinho e Márcio Gonçalves foi à arena para duelar contra o contrário. No mito Parintintin, Tandawú é um ser das profundezas do rio que emerge do mundo abissal para levar pânico ao povo Parintintin. A cunhã-poranga Maria Azedo surgiu na alegoria simbolizando a bravura dos povos indígenas.
O rito de iniciação xamânica dos Parintintin foi apresentado no encerramento do azul e branco na primeira noite. Assinada pelo artista Júnior de Souza, a alegoria apresentou movimentos complexos que impactaram a galera do Caprichoso. O pajé Waldir Santana conduziu o rito onde pedia a um poderoso xamã que revelasse o segredo da cura que somente os antepassados conheciam e assim passar estes conhecidos às novas gerações dos parintintin
Diretoria confiante
Para Chico Cardoso, membro do Conselho de Arte e diretor cênico do Caprichoso, o resultado foi plenamente satisfatório. “Com toda certeza o projeto que foi elaborado, mesmo com todos os entraves que tivemos, nós conseguimos executar e fazer um grande espetáculo. Trouxemos para a arena o melhor do artista parintinense”, declara.
Joilto Azedo, presidente do Boi Caprichoso, afirma que o Caprichoso foi bem superior ao seu adversário. “Eu sou suspeito para falar, mas desde o Galpão nós já sabíamos que apresentaríamos um boi grandioso. E hoje, o que vimos foi uma diferença muito grande entre os dois bois”, afirma o presidente Joilto Azêdo.
João Carlos Siqueira – Repórter Parintins