Fotos: Pitter Freitas
Notícia do dia 18/05/2015
Nove expedicionários, entre eles o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, e o vice-cônsul em Belém, Joaquim do Rosário, descem o rio Amazonas para refazer, 375 anos depois, o percurso do navegador lusitano Pedro Teixeira feito no século 17, em 1639, até Quitos, no Equador. Com apoio da Marinha do Brasil, no Navio de Assistência Hospitalar (Nash) Soares de Meirelles, a segunda etapa da expedição “Descida do Amazonas: o caminho de Pedro Teixeira” fez primeira parada em Parintins.
A primeira etapa aconteceu no mês de agosto de 2014, com trajeto do município de Tabatinga a Manaus, no Navio Patrulha Fluvial (Napaflu) Amapá, do 9º Distrito Naval da Amazônia Ocidental. A expedição desembarcou em Parintins na manhã desta segunda-feira, 18, e permanece até às 21h, quando segue a viagem no rio Amazonas com destino aos municípios de Oriximiná, Óbidos, Santarém e Alenquer, no Pará.
A partir de Santarém, outro navio da Marinha do Brasil, por meio do 4º Distrito Naval, conduz os expedicionários até o fim do trajeto, a cidade de Belém. O objetivo da expedição é difundir a história de Pedro Teixeira nas escolas dos municípios na rota de parada. Em Parintins, os expedicionários promovem palestra às 15h desta segunda-feira, 18, para estudantes e comunidade na Escola Municipal “Lila Maia”, no bairro Itaúna I.
Ainda no final da manhã, os expedicionários visitaram os bumbás Caprichoso e Garantido para entender os aspectos da cultura de Parintins. A comitiva, acompanhada por representantes do município, conheceu os galpões de alegorias dos bois de Parintins e se impressionou com os trabalhos artísticos. Os expedicionários receberam lembranças de Caprichoso e Garantido.
O chefe da expedição, o português Antônio Carrelhas, explicou que o fez nascer o projeto foi uma viagem à Amazônia no ano de 2008, ao fazer travessia da selva de Porto Velho, em Rondônia, a Manaus, de Jeep, pela BR-319. Posteriormente, fez viagem de subida do rio Amazonas de Manaus até Quitos. “Percebi as dificuldades dessas viagens no século 21. Hoje são difíceis de fazer, imagine no século 17. Como é que era há 400 anos? Comecei a estudar personagens e apareceu Pedro Teixeira”, revela.
Origem da expedição
Antônio Carrelhas afirma ter se entusiasmado pela história de Pedro Teixeira, por subir o rio Amazonas até Quitos no Equador, com 1.200 índios, 70 militares portugueses, de canoas, a remos. “Tudo isso me entusiasmou e decidir refazer a viagem desse homem, até porque sentir, quer em Portugal, quer no Brasil, é muito pouco conhecido historicamente, salvo aqui o Norte. No Brasil ninguém conhece, em São Paulo ninguém sabe quem é”, acrescenta.
O português prometeu a si mesmo refazer a viagem de Pedro Teixeira, com intuitos de divulgação nas escolas. “Distribuímos livros e fazemos palestras sobre Pedro Teixeira. Somos, ao todo, nove expedicionários, sem recursos, e contamos com grande ajuda da Marinha do Brasil com o barco. Na primeira fase tivemos um desenhista científico e biólogo. Temos cinegrafistas, jornalistas, entre outros, que vão trabalhar para apresentação final dos produtos”, destaca.
Daqui a um ano, a expedição pretende apresentar um livro e um documentário em Belém e Manaus. Para o embaixador Francisco Ribeiro Telles, tem grande valor simbólico e histórico fazer o mesmo percurso de Pedro Teixeira no século 17. “Parintins era um ponto fundamental no caminho de Pedro Teixeira. Já pudemos constatar a importância de Parintins e tudo que significa para esta expedição. Enquanto embaixador de Portugal no Brasil, estou muito satisfeito com este projeto”, assegura.
O trabalho social de palestras nas escolas envolve organizações como o vice-consulado de Portugal em Belém do Pará. “Ao longo do percurso, a ideia é levar conhecimento às escolas, aos alunos, de quem foi Pedro Teixeira e a importância que teve para a região, sobretudo a formação cultural”, enfatiza o embaixador. Bibliografias portuguesas e uma estátua em Belém conservam a história de Pedro Teixeira na região. Pedro Teixeira faz parte da história de Portugal e do Brasil.
Gerlean Brasil/Repórter Parintins
