?Eu preciso agir e não reagir?, diz bispo de Parintins

Notícia do dia 24/03/2014 Ao completar 15 anos no comando da Diocese de Parintins, o bispo dom Giuliano Frigeni se manifestou em relação ao movimento político oposicionista ao prefeito de Alexandre da Carbrás denominado ?Reage Parintins?. ?Eu preciso agir e não reagir?, disse o pastor da igreja católica durante coletiva de imprensa no Centro Pastoral Mãe de Deus na tarde de quarta-feira, 19.

O bispo defende a liberdade de expressão e por isso não concordou em ceder espaço fechado da Igreja Católica para encontro do movimento ao acreditar que reunião popular deve ser em ambiente aberto.

Dom Giuliano foi além. ?A palavra da gente é interpretada segundo a lógica do poder?. Em tom de descontentamento, dom Giuliano apelou aos profissionais de imprensa para esclarecer pontos de vista sobre o movimento. Em nenhum momento, o bispo disse que não se recusou a ouvir o clamor popular e deixou claro ter ido à primeira reunião do movimento a convite de uma pessoa, a qual não quis destacar o nome.

O compromisso com a verdade dos fatos foi um dos principais itens destacados pelo bispo. ?Participei e disse claramente naquele encontro que fui ouvir a voz das pessoas. Peço aos jornalistas que digam fatos concretos. Depois cada um tem sua opinião política religiosa etc. Existem outros instrumentos de comunicação que não têm absolutamente nenhuma responsabilidade moral?, ressaltou.

Para o bispo, as pessoas se utilizaram dessas ferramentas para se infiltrarem dentro das manifestações. ?É um fenômeno com certeza extremamente moderno e perigoso. Depois obrigaram a sociedade a ir contra os jovens. Sabendo destas situações, eu apelo aos profissionais de comunicação que colocam em risco a própria vida, nome, profissão e seriedade. Assim como os jornalistas são sérios com o trabalho, eu também procuro ser sério com minha responsabilidade?, pontuou.

Relação com os prefeitos
Ao longo de 15 anos na Diocese de Parintins, dom Giuliano sempre manteve dialogo aberto ao lidar com os administradores desde Heraldo Maia. ?Minha atitude de bispo é de chegar e conversar sempre com os administradores públicos eleitos ou reeleitos. Aqui tenho muitas obras como o hospital onde se tem colaboração com o Governo do Estado e Prefeitura. Temos creches. Tivemos acordos para o funcionamento destas instituições importantes?, ponderou.


Nesse sentido, o bispo se pronunciou a respeito dos pontos colocados na primeira reunião do movimento com o qual se propôs a ouvir os integrantes com respeito à opinião de cada um. ?Gosto de ser livre e eu quero agir pelo bem. Aqui tenho que lidar com aquilo que o povo elege. Meu dever é de conversar e quando os administradores têm humildade de ser amigo, colocamos sugestões. Fico por dentro dos problemas existentes?, enalteceu.

De acordo com dom Giuliano, governo municipal, quanto menos paternalista, melhor é. ?Quanto mais o povo participa, nem que seja com um pequeno sacrifício, mostra sua capacidade de mudar o mundo e valores?, avalia. Quanto às especulações de ter recuado do movimento por supostamente receber dividendos, o bispo afirmou que preferiu nem saber quem fez as acusações para não agir na justiça com processo por danos morais.

Liberdade de expressão
?Eu não gosto de ser usado por A, B ou C. Defendo com unha e dente minha liberdade de poder dizer a dor diante de certas situações, o descaso. Disse aos meus jornalistas que fiquem ao que o povo diz e averiguarem as notícias. Se são para o bem, comuniquem. Se certas notícias trazem grande sofrimento, coloquem. Quem é responsável vem ao encontro do povo que sofre. Nunca façam uma acusação contra alguém sem antes escutá-lo e documentar?, acrescentou.

Aos jornalistas, declarou que tem responsabilidade como líder da Igreja Católica e lembrou a crise econômica mundial instaurada no mundo. ?Espero que as pessoas tenham coragem, assinem embaixo e documentem as coisas?, alertou.

Gerlean Brasil
Especial Para Repórter Parintins
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