Corpo Técnico-administrativo da UFAM inicia greve por tempo indeterminado

Notícia do dia 19/03/2014

Os funcionários efetivos que compõem o setor técnico-administrativo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) iniciaram na manhã de hoje, 19, uma paralisação por tempo indeterminado. O corpo técnico da UFAM adere ao movimento nacional de greve, que reivindica que o Governo Federal cumpra o acordo feito em 2012.


Cleílson Teixeira , assessor do Comando Local  de Greve, afirma que o Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), campus de Parintins da UFAM, soma em torno de 80 funcionários de corpo técnico e que a paralisação tem 100% de adesão. No entanto, Teixeira afirma que serviços essenciais da coordenação, como emissão e recebimento de documentos não foram atingidos.


O funcionário da UFAM justifica a legitimidade do movimento, e afirma que a paralisação só está ocorrendo porque o Governo Federal foi omisso e não cumpriu acordo anterior. ?Essa greve, na realidade, é uma retomada à greve de 2012, e que atualmente já existem novos pontos que precisam ser discutidos em relação aos aposentados, progresso de carreira, entre outros que não foram tratados. Estes pontos foram agrupados e estão na pauta desta paralisação. O Governo fez pouco caso, relaxou na mesa de negociação e não fechou o acordo de 2012. Então, na realidade, a greve que deflagramos hoje nada mais é que a continuação de um movimento que não teve suas reivindicações atendidas há dois anos atrás.? justifica Teixeira.


Cleilson afirma que os serviços essenciais à população continuam funcionando, e relata que o movimento não tem intenção de trazer prejuízo à comunidade, mas sim, reivindicar que se cumpra um acordo feito anteriormente. ?O movimento se preocupa com a continuidade do serviço prestado pela universidade. Então o comando de greve decidiu que ficariam ativos apenas essenciais à vida, preservação do patrimônio físico e humano. Não temos um hospital, por exemplo, mas o Hospital Universitário Getúlio Vargas permanecerá funcionando, e assim, já assegura os 30% dos funcionários trabalhando exigidos em lei, e assim encontramos respaldo na legislação para manter o movimento. Além disso, é importante manter a questão da segurança dos alunos e do nosso patrimônio, para evitar que haja roubo ou qualquer tipo de delito dentro do nosso Instituto.? afirma o assessor.


Por outro lado, a comunidade acadêmica já sente o reflexo da paralisação da parte técnica da Universidade. Daniela Pereira, acadêmica do curso de pedagogia, relata que o movimento  grevista prejudica, principalmente pelo fato da biblioteca do ICSEZ permanecer fechada durante a paralisação. ?Já sabia por alto, mas não sabia a data exata da paralisação. Prejudica um pouco porque já estou no processo de elaboração do TCC. Toda a infra-estrutura da UFAM é muito importante a todos nós, e o serviço da biblioteca acaba fazendo falta, sim. ?.

 

Histórico

Ao longo dos anos, os Institutos Federais de Educação (IF`s) e as Universidades Federais protagonizaram uma série de paralisações em busca de melhoria de condição de trabalho. A última greve deflagrada pelos funcionários federais ocorreu em 2012, quando 55 das 57 Universidades paralisaram suas atividades de ensino, pesquisa e extensão entre os dias 17 de Maio e 24 de Setembro do mesmo ano, sendo considerada a greve mais longa da história do funcionalismo público.


Durante essa paralisação, as reivindicações dos funcionários não eram diferentes das atuais: Revisão do plano de cargos e salários, reajuste anual de acordo com a inflação, reposição salarial, e melhoria na estrutura física das universidade.

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