O boi excluído do Festival de Parintins

O boi excluído do Festival de Parintins Notícia do dia 10/06/2013

Que Parintins abriga os centenários Garantido e Caprichoso, não é nenhuma novidade. Mas o que poucos sabem é que a ilha tupinambarana também chegou a ter uma terceira agremiação: a do boi Campineiro. Esse relato histórico é apresentado no livro “Boi Campineiro: o boi excluído do festival de Parintins”. O pré-lançamento da obra acontecerá na última semana do mês de junho, deste ano, em Parintins.

O título é resultado de uma pesquisa etnográfica feita durante 1 ano,pelo jornalista Jonas Santos. O livro apresenta diversas entrevistas feitas com a população parintinense que teve a oportunidade de manter contato com as festas folclóricas, com historiadores, além de depoimentos de profissionais do Instituto Memorial, e do Instituto Geográfico e Histórico de Parintins (IGHP). A obra literária conta com registros fotográficos, tudo, distribuído em cerca de 180 páginas. O livro sobre o boi Campineiro será publicado pela Secretaria de Estado da Cultura. O titular da SEC, Robério Braga, já assegurou a publicação.

De acordo com o escritor, seus estudos só vieram confirmar uma história conhecida pelos moradores da ilha, porém, pouco debatida entre os populares: a de que o boi Campineiro teria feito parte das disputas do Festival Folclórico de Parintins, junto com as outras duas agremiações.

A última apresentação feita pelo Campineiro aconteceu há 30 anos. “Ele continua vivo, porém, desassistido pela comunidade e está instalado na comunidade do Aninga, onde ele nasceu. Ainda acontece uma festa,sempre, no mês de junho, em sua lembrança, mas é só isso”, conta o escritor, que reside em Parintins.

Santos, que faz parte da nação vermelha e branca, relata que após seus estudos concluiu que o Campineiro não consegue mais retornar à arena dos bumbás, tudo por conta da consolidação das torcidas já estabelecidas pelo Garantido e pelo Caprichoso. O jornalista relata que a extinção do terceiro boi se deve a três fatores: falta de apoio financeiro; desorganização interna da própria associação folclórica; e pressão ou articulação entre as agremiações concorrentes.

“O Campineiro chegou a se apresentar com os demais, mas o jogo de interesses, que envolve o poder, teve forças suficientes para retirá-lo do festival”, comenta. “Hoje, nem o próprio boi tem o interesse de voltar a concorrer”, completa Jonas Santos.

Priscila Caldas

 


 

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