Jornalista é acusado de assédio sexual

Jornalista é acusado de assédio sexual Notícia do dia 29/04/2013

Um dos jornalistas e apresentadores mais conhecidos de Israel se afastou do Canal 10 e de duas rádios importantes depois de ter sido acusado de assédio sexual a dezenas de mulheres por mais de uma década. Emmanuel Rosen (acima) está sendo apontado por colegas jornalistas, produtoras e entrevistadas. Elas dizem que, durante anos, ele insistiu obsessivamente em encontros românticos através de mensagens em celulares e computadores, além de telefonemas e aparições repentinas em suas casas. Nenhuma vítima reclamou formalmente à polícia, mas boatos sobre o comportamento dele há tempos circulam no meio jornalístico.

O caso foi divulgado na quarta-feira pela jornalista Hadass Shteif, que faz parte de um grupo de mulheres jornalistas, durante um programa de TV no Canal 2. Ela contou que um jornalista famoso estava sendo acusado de assédio por dezenas de mulheres. Muitas enviaram depoimentos via Facebook (onde, em 2010, foi até mesmo criada uma página com o nome “As mulheres de Emmanuel Rosen”). No dia seguinte, o jornal Haaretz identificou finalmente Rosen como o profissional de quem tanto se falou.

O Haaretz revelou relatos de 10 jornalistas, que não quiseram se identificar. Mas todos eles são muito parecidos. “A”, por exemplo, disse que trabalhou com Rosen há dez anos e que o assédio começou logo em seguida:

“Depois de algum tempo, comecei a receber muitas mensagens dele, dezenas durante o dia e também à noite. (...) Uma tarde, por causa da insistência, aceitei que ele viesse à minha casa. Ele tentou o tempo todo me tocar e eu repetidamente disse a ele que não queria. A certo ponto, parei de dizer ‘não’. Disse à mim mesma para ficar deitada silenciosamente até que acabasse”.

Outra mulher, “B”, disse o seguinte: “Eu tinha 21 e meu primeiro trabalho depois do exército foi na imprensa. Conheci Emmanuel Rosen lá, e um cortejo de um tipo que eu nunca tinha visto antes começou. Um cortejo agressivo, obsessivo e diário que foi ficando cada dia pior. Acabou depois de uma ocasião quando ele me deu uma carona e tentou me beijar. Ele expôs seu membro e me pediu para que desse uma palmada nele. Senti que era algo altamente inapropriado e insisti que me levasse para casa. Ele tentou insistir para que eu ficasse, mas quando me neguei repetidamente, ele parou e me levou para casa”.

Diante da pressão, o acusado divulgou uma nota afirmando que há “uma campanha anônima” contra ele nos bastidores e pela internet, com “personagens fictícios que não existe na realidade”. “Durante todos esses anos, não há uma única mulher que trabalhou comigo, ou que tenha sido entrevistada por mim, que não tenha sido abordada pelos organizadores da campanha de difamação e perguntada se foi assediada ou magoada por mim”, continuou Emmanuel Rosen.

Quando trabalhava na maior TV do país, o Canal 2, Rosen chegou a ser alertado sobre seu comportamento pelo diretor, Shalom Keital, em conversas informais. A boataria era tanta que outro jornalista, Avri Guilad, se recusou a apresentar um programa com Rosen por causa dos rumores. Outros profissionais estão, agora, revelando que também sabiam do padrão de comportamento de Rosen.

Via: O Globo

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