Frota de veículos em Parintins aumenta e imprudência chega ao limite

Frota de veículos em Parintins aumenta e imprudência chega ao limite Notícia do dia 28/04/2013 Aimprudência ao dirigir motos e carros somados ao consumo de álcool em Parintins é considerada a causa principal dos constantes acidentes de trânsito registrados no município. Mais um trabalhador  morreu no domingo passado , 21, em frente da Cidade Garantido por volta do meio dia, por falta de atenção ao trânsito. Em um único final de semana foram registrados cerca de 50 acidentes  em Parintins. 

O número é preocupante, a questão foi debatida mês passado na Câmara de Vereadores, após a morte de uma jovem universitária que estava na garupa de uma moto que colidiu com outra.  Além da imprudência cometida pelos motoristas, outro dado agrava a situação em Parintins, circulam em média cinco mil motos, fora o alto número de carros de médio e grande porte.

A concessionaria Honda, por exemplo, tem em média duas motos vendidas diariamente,  somado as outras revendedoras o número é muito maior. A frota de veículos cresceu aceleradamente nos últimos anos e a infraestrutura das vias públicas não teve investimentos. “Na minha casa cada um tem a sua moto porque todo mundo estuda e trabalha em horário diferente. É mais barato comprar uma moto do que pagar quatro reais todo dia no moto-taxi para me levar no trabalho. Ninguém tem habilitação ainda, eu pretendo fazer a minha no final do ano”, declara a atendente Maria Barbosa.  

Crédito Fácil
A facilidade em adquirir um financiamento contribui com o aumento de carros e motocicletas, no consórcio de uma moto o comprador não precisa comprovar renda apenas indica a sua média mensal. As financiadoras de crédito, através de incentivos do Governo Federal, liberam empréstimos altos, parcelados em longos anos e também não exigem comprovação de renda.

A facilidade em adquirir um veículo é muito maior do que em anos anteriores e proporciona que a pessoa adquira um meio de transporte próprio mesmo sem possuir recursos parar arcar com licenciamento e outras taxas, o que é muito comum no município.

Responsabilidade
A orientação dos órgãos que desenvolvem campanhas de educação para os condutores de veículos é que a população deve tomar para si a responsabilidade do trânsito em Parintins e não apenas esperar que os órgãos públicos tomem alguma medida. A sociedade reclama das ações de trânsito. A empresária Ciriane Souza, por exemplo, extravasou toda sua indignação com o desrespeito dos condutores de veículos que não respeitam as leis de trânsito e dirigem embriagados.

Ela também reclama da maneira como é realizada a fiscalização na cidade. “Saí pela manhã para resolver problemas e fui pega por uma blitz da Sefaz e da Polícia Militar. Não avistei na blitz ninguém menor de idade ou vagabundo, maconheiro, traficante e ninguém nesse estilo. E eu pergunto a vocês porque não vão fazer blitz nas estradas dia de domingo? Ou nas ruas da cidade à noite? Pois muitos menores fazem pega”, disse

Planejamento Urbano
Com a municipalização a carteira de habilitação e os documentos em dia serão exigidos. Será que só essas medidas resolvem o problema? O arquiteto e urbanista David Andrade ressalta que a questão envolve outras esferas do planejamento urbano, “A municipalização é sim uma solução e minimizará os problemas, mas não é o que a gente espera como ideal”, afirma.

As vias públicas de Parintins segue o modelo moderno europeu construídos pelos padres, não seguem uma tendência futuristas e não foram pensadas para a atual demanda existente no município. Existem apenas três vias principais que cortam a cidade, as ruas são estreitas e dividem espaços com carros e motos estacionados o que prejudica ainda mais o fluxo.  Comércios, oficinas e lanchonetes utilizam o espaço da calçada para colocar seus produtos o que prejudica a passagem de pedestres que caminham pelas ruas.

David afirma que Parintins necessita de um mega projeto de infraestrutura das ruas, que inclua construção de anéis viários, aumento na largura, espaço para pedestres e ciclistas e a implantação de transporte coletivo. O projeto demanda alto custo e necessita de investimentos municipal, estadual e federal.

Municipalização 
O Major Valadares afirma que com a nova gestão as coisas tendem a melhorar, a municipalização do trânsito foi discutida entre a Polícia Militar e membros do governo municipal. A partir desse encontro a proposta é que se crie um convênio entre os dois órgãos. A prefeitura seria a responsável pela contratação de 25 agentes que ficarão sob a coordenação de cinco ou seis polícias especialistas em trânsito. Dessa forma, as equipes serão permanentes e devem atuar na engenharia e fiscalização das vias públicas.

Juliana Cristina
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