Reajuste da tarifa de ônibus incentiva o transporte individual , em Manaus

Reajuste da tarifa de ônibus incentiva o transporte individual , em Manaus Notícia do dia 01/04/2013

O valor que o usuário de ônibus em Manaus gastará mensalmente com tarifa, levando em consideração o aumento para R$ 3, que começou a vigorar no sábado, também poderia ajudá-lo a substituir o transporte público pelo individual, como uma motocicleta, por exemplo. Uma simulação feita por A CRÍTICA constatou, ainda, que com o mesmo valor que passará a ser gasto diariamente para fazer apenas duas viagens, ou seja, com R$ 6, o usuário conseguiria, com uma motocicleta, fazer ao menos seis viagens com um percurso mínimo de cinco quilômetros.

De acordo com uma concessionária de motocicletas consultada por A CRÍTICA, a moto mais barata da loja é vendida ao preço de R$ 4,8 mil. Um usuário de ônibus decidido a trocar o transporte público pelo individual poderia dar R$ 2 mil de entrada e financiar o restante do preço da moto, de 100 cilindradas, em até 36 meses. O valor de cada parcela chegaria a custar R$ 147, já incluindo taxas de juros, que corresponde a um investimento de R$ 4,90 por dia.

Um usuário de ônibus que faz, no mínimo, duas viagens por dia para se deslocar de casa para o trabalho e vice-versa, por exemplo, durante 30 dias no mês (de segunda a sexta) chegará a pagar R$ 120. Ou seja, com apenas R$ 27 a mais, o usuário conseguiria se ver livre de um sistema de transporte coletivo falho. Medida que, à primeira vista, resolveria um dos problemas dos usuários de ônibus, mas que, por outro lado, vai na “contramão” das políticas públicas defendidas por especialistas em todo o mundo, de incentivar o uso do transporte coletivo em face do individual, e que culminaria em mais congestionamentos.

A maioria das reclamações de passageiros está relacionada à demora no tempo de espera pelos ônibus nos pontos de parada. “Sem dúvida, essas vantagens acabam atraindo muitas pessoas para substituírem o ônibus pela moto. Foi o meu caso. Passei um ano economizando para conseguir dar um bom pagamento adiantado na compra de uma moto depois que cansei de ficar horas e horas na parada esperando pelo ônibus”, contou Rafael Menezes, 28. O universitário investiu um total de R$ 4,5 mil na moto que comprou de um amigo.

O que também pode contribuir para o usuário trocar o transporte público pelo individual é a vantagem na diferença de custos para fazer as viagens diárias. A moto usada para a simulação de A CRÍTICA chega a rodar até 40 quilômetros com 1 litro de gasolina. Em alguns postos consultados pela reportagem, o preço do combustível também é de R$ 3.

Entretanto, o mesmo valor pago pelo usuário por uma tarifa de ônibus, ou seja, apenas uma viagem de ida ao trabalho, por exemplo, pagaria 1 litro de gasolina que o permitiria fazer ao menos oito viagens, quatro de ida e quatro de volta, se fosse um percurso de no mínimo cinco quilômetros - do bairro da Glória, na Zona Oeste, até o Centro, por exemplo.

Por mês, um morador do bairro da Glória, Zona Oeste, que trabalhe no Centro gastará, no mínimo, R$ 120 somente com tarifa de ônibus, para ir e voltar do trabalho. O valor soma um total de 40 viagens. Enquanto isso, o condutor de uma motocicleta gastaria apenas R$ 15, já que seriam necessários cinco litros para realizar as 40 viagens com um percurso de 5 km.

Prefeitura espera ser notificada nesta segunda-feira (01)

A Prefeitura de Manaus espera receber nesta segunda-feira (01) a notificação feita pela juíza plantonista Onilda Abreu Gerth do Tribunal de Justiça (TJ-AM), em face do processo movido pela Promotoria Especializada na Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério Público do Estado (MPE-AM), para que a prefeitura explique os motivos que levaram ao aumento da tarifa, na quarta-feira. O prazo de 72h dado pelo TJ-AM termina amanhã.

A informação é do secretário municipal de Comunicação, Márcio Noronha. “A prefeitura não foi notificada sobre qualquer questionamento. No momento que for, vai dar todas as informações que forem solicitadas”.

No processo, o MPE-AM pede que a prefeitura volte a cobrar R$ 2,75 na passagem do transporte público, alegando que a prefeitura elevou o valor sem publicar as informações que evidenciam a necessidade do aumento. “A medida tenta impedir lesão ao patrimônio dos usuários do sistema”, justifica a promotora Sheyla Andrade dos Santos.

O processo é com pedido de medida cautelar. Se a decisão for a favor do MPE-AM, a prefeitura deve voltar a cobrar o valor antigo.

*Colaborou Kleiton Renzo.

Mototáxis não sobem preço

Alternativa de quem não tem transporte próprio, os mototáxis podem se beneficiar do reajuste dos ônibus. Por não ser regularizado, não é obrigado a aumentar o preço das corridas e nem tem interesse em fazê-lo, conforme o presidente da Central Única dos Mototaxistas, Paulo Vitorino Falcão. “Vamos manter o mesmo valor. Com isso, a tendência é que aumente a procura, pelo menos nos primeiros dias depois do aumento do ônibus”.

A exemplo dos mototaxistas, os micro-ônibus executivos também não reajsutaram a tarifa, que continua a ser de R$ 4,20. Segundo a presidente da Cooperativa de Transportes do Amazonas (Cootram), Valderiza Melo, o prefeito Artur Neto manteve a tarifa dos executivos até a realização de uma licitação.

O valor que o usuário de ônibus em Manaus gastará mensalmente com tarifa, levando em consideração o aumento para R$ 3, que começou a vigorar no sábado, também poderia ajudá-lo a substituir o transporte público pelo individual, como uma motocicleta, por exemplo. Uma simulação feita por A CRÍTICA constatou, ainda, que com o mesmo valor que passará a ser gasto diariamente para fazer apenas duas viagens, ou seja, com R$ 6, o usuário conseguiria, com uma motocicleta, fazer ao menos seis viagens com um percurso mínimo de cinco quilômetros.

De acordo com uma concessionária de motocicletas consultada por A CRÍTICA, a moto mais barata da loja é vendida ao preço de R$ 4,8 mil. Um usuário de ônibus decidido a trocar o transporte público pelo individual poderia dar R$ 2 mil de entrada e financiar o restante do preço da moto, de 100 cilindradas, em até 36 meses. O valor de cada parcela chegaria a custar R$ 147, já incluindo taxas de juros, que corresponde a um investimento de R$ 4,90 por dia.

Um usuário de ônibus que faz, no mínimo, duas viagens por dia para se deslocar de casa para o trabalho e vice-versa, por exemplo, durante 30 dias no mês (de segunda a sexta) chegará a pagar R$ 120. Ou seja, com apenas R$ 27 a mais, o usuário conseguiria se ver livre de um sistema de transporte coletivo falho. Medida que, à primeira vista, resolveria um dos problemas dos usuários de ônibus, mas que, por outro lado, vai na “contramão” das políticas públicas defendidas por especialistas em todo o mundo, de incentivar o uso do transporte coletivo em face do individual, e que culminaria em mais congestionamentos.

A maioria das reclamações de passageiros está relacionada à demora no tempo de espera pelos ônibus nos pontos de parada. “Sem dúvida, essas vantagens acabam atraindo muitas pessoas para substituírem o ônibus pela moto. Foi o meu caso. Passei um ano economizando para conseguir dar um bom pagamento adiantado na compra de uma moto depois que cansei de ficar horas e horas na parada esperando pelo ônibus”, contou Rafael Menezes, 28. O universitário investiu um total de R$ 4,5 mil na moto que comprou de um amigo.

O que também pode contribuir para o usuário trocar o transporte público pelo individual é a vantagem na diferença de custos para fazer as viagens diárias. A moto usada para a simulação de A CRÍTICA chega a rodar até 40 quilômetros com 1 litro de gasolina. Em alguns postos consultados pela reportagem, o preço do combustível também é de R$ 3.

Entretanto, o mesmo valor pago pelo usuário por uma tarifa de ônibus, ou seja, apenas uma viagem de ida ao trabalho, por exemplo, pagaria 1 litro de gasolina que o permitiria fazer ao menos oito viagens, quatro de ida e quatro de volta, se fosse um percurso de no mínimo cinco quilômetros - do bairro da Glória, na Zona Oeste, até o Centro, por exemplo.

Por mês, um morador do bairro da Glória, Zona Oeste, que trabalhe no Centro gastará, no mínimo, R$ 120 somente com tarifa de ônibus, para ir e voltar do trabalho. O valor soma um total de 40 viagens. Enquanto isso, o condutor de uma motocicleta gastaria apenas R$ 15, já que seriam necessários cinco litros para realizar as 40 viagens com um percurso de 5 km.

Prefeitura espera ser notificada nesta segunda-feira (01)

A Prefeitura de Manaus espera receber nesta segunda-feira (01) a notificação feita pela juíza plantonista Onilda Abreu Gerth do Tribunal de Justiça (TJ-AM), em face do processo movido pela Promotoria Especializada na Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério Público do Estado (MPE-AM), para que a prefeitura explique os motivos que levaram ao aumento da tarifa, na quarta-feira. O prazo de 72h dado pelo TJ-AM termina amanhã.

A informação é do secretário municipal de Comunicação, Márcio Noronha. “A prefeitura não foi notificada sobre qualquer questionamento. No momento que for, vai dar todas as informações que forem solicitadas”.

No processo, o MPE-AM pede que a prefeitura volte a cobrar R$ 2,75 na passagem do transporte público, alegando que a prefeitura elevou o valor sem publicar as informações que evidenciam a necessidade do aumento. “A medida tenta impedir lesão ao patrimônio dos usuários do sistema”, justifica a promotora Sheyla Andrade dos Santos.

O processo é com pedido de medida cautelar. Se a decisão for a favor do MPE-AM, a prefeitura deve voltar a cobrar o valor antigo.

*Colaborou Kleiton Renzo.

Mototáxis não sobem preço

Alternativa de quem não tem transporte próprio, os mototáxis podem se beneficiar do reajuste dos ônibus. Por não ser regularizado, não é obrigado a aumentar o preço das corridas e nem tem interesse em fazê-lo, conforme o presidente da Central Única dos Mototaxistas, Paulo Vitorino Falcão. “Vamos manter o mesmo valor. Com isso, a tendência é que aumente a procura, pelo menos nos primeiros dias depois do aumento do ônibus”.

A exemplo dos mototaxistas, os micro-ônibus executivos também não reajsutaram a tarifa, que continua a ser de R$ 4,20. Segundo a presidente da Cooperativa de Transportes do Amazonas (Cootram), Valderiza Melo, o prefeito Artur Neto manteve a tarifa dos executivos até a realização de uma licitação.

*Colaborou Nelson Brilhante.

Carolina Silva - A Crítica

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