Segunda Noite do Caprichoso exalta religiosidade dos povos da Amazônia

Segunda Noite do Caprichoso exalta religiosidade dos povos da Amazônia Foto: Agnaldo Corrêa/Ewerton/Igor de Souza Notícia do dia 27/06/2015

Após uma apresentação marcada pela forte chuva que caiu em Parintins na noite desta sexta-feira (26), o Boi-Bumbá Caprichoso abriu a segunda noite do 50º Festival Folclórico de Parintins com o espetáculo “Amazônia, Arte e Criação”. Na abertura, o apresentador Júnior Paulain homenageou diversos artistas do boi azul e branco, entre figurinistas, coreógrafos e artesãos. A animação da galera azulada, porém, iniciou antes da apresentação. O animador Ornello Reis levantou o público e entregou para Júnior Paulain uma galera que não parou durante as duas horas e meia de apresentação do Caprichoso.

 

O primeiro momento alegórico do boi azul destacou a fé em Nossa Senhora do Carmo e concorreu ao item Figura Típica Regional. Ao som da toada Terço Caboclo, o Caprichoso realizou uma procissão com 250 figurantes na arena do bumbódromo e que contou com a participação especial do coral lírico do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro (Laocs). Compondo o cenário, vários querubins em homenagem a Irmão Miguel de Pascale, que era conhecido como “Escultor de Querubins” na época que ensinava desenho às crianças de Parinitns no fim da década de 1980. A sinhazinha da fazenda Karyne Medeiros foi conduzida por um destes anjos da alegoria e o Boi-Bumbá Caprichoso surgiu nas mãos de Nossa Senhora do Carmo.

 

 

A Tribo Mura teve participação especial na segunda noite do Caprichoso. Em um primeiro momento, a tribo evoluiu na celebração tribal e em uma das aparições do pajé Waldir Santana. Outro momento da tribo foi a Lenda Amazônica “O Senhor das Sombras”, que encerrou a noite. Júnior de Souza, estreando no Caprichoso, levou à arena 16 módulos alegóricos, e o maior alcançava 30 metros de altura. O Upuracê tribal Karajá trouxe a cunhã-poranga Maria Azedo representando a bravura do povo Inã-Son-Werá para expulsar os temíveis Nhetãn-Hekan

 

O rito de invocação a Ynãkauel foi representado pelo boi azul. Da etnia Torá, o ritual é conduzido por cinco pajés que recebem a visita do ente sobrenatural durante os sonhos noturnos. Navegando em cinco canoas, os pajés rezam para que Ynãkauel sai da água e traga a cura aos povos da região do rio madeira.

Por João Carlos Siqueira

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