Foto: João Carlos Moraes
Notícia do dia 12/08/2022
No dia dos estudantes, celebrado nesta quinta-feira, 11 de agosto, estudantes e professores de Parintins saíram pelas ruas da cidade para defender a democracia, a Zona Franca de Manaus e denunciar a precarização da educação no país.
O ato pela democracia que aconteceu no final da tarde de ontem contou com a presença de professores e acadêmicos do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ-UFAM) Parintins, do Centro de Estudos Superiores de Parintins (Cesp-UEA) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, IFAM Campus Parintins.
A ação foi organizada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade máxima dos estudantes brasileiros.
Para Oliver Freire, membro da UNE, a mobilização nacional manifesta a revolta dos estudantes pelo corte de R$ 3,2 bilhões no orçamento para a Educação, cobrança de mensalidades nas universidade públicas e Institutos Federais, os escândalos de corrupção no Ministério da Educação (MEC), em que pastores evangélicos negociavam a liberação de verbas da educação mediante pagamento de propina. Além dos ataques que o presidente da República, Jair Bolsonaro, faz contra o sistema eleitoral.
“Hoje gostaríamos muito de estar comemorando, mas lamentavelmente, com o governo [de Jair] Bolsonaro, a gente não tem o que comemorar, a gente só tem nos revoltar. Estamos nesta mobilização nacional para defender as universidades, os institutos federais, a educação, a democracia e, sobretudo, Brasil.”.
A aluna de administração no IFAM, Rayna Nunes (17), afirma que a presença dos estudantes nas manifestações é um ato de força e coragem.
“Apesar da forma que a gente fica calado, a gente é oprimido milhares de vezes. Mas saber que tem alunos com a mentalidade de querer vir e de querer tentar, é incrível. Para as pessoas virem, os estudantes virem é um ato de muita força e muita coragem”.
Foto: João Carlos Moraes
A manutenção do modelo econômico da Zona Franca de Manaus e sua relevância para a educação e desenvolvimento da ciência na região Amazônica, foi lembrada pelos estudantes da UEA. "O governo federal aplicou sucessivas ameaças pela redução do IPI (Imposto de Produtos Industrializados), do qual 10% do que é arrecadado do Polo Industrial de Manaus é repassado para a educação pública do Amazonas, tanto de ensino básico quanto de ensino superior", afirmou o acadêmico de Licenciatura em História, Israel Tavares.
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Foto: João Carlos Moraes
Para a professora do curso de Serviço Social do Icsez, Dra. Valmiene Farias, representante do Sindicato dos Professores da Ufam, o ato deste dia 11 de agosto é um fato histórico no momento em que se busca a unificação das classes em defesa da democracia e dos direitos já conquistados.
"A gente vai se somando para poder unificar, fortalecer principalmente o movimento estudantil, que durante esses dois anos parece que ficou abafado pela pandemia. É histórico! [Construímos] a democracia coletivamente com a classe trabalhadora, os movimentos sociais e o movimento docente, então, estamos tentando novamente restaurar isso porque a partir da nossa luta, construímos, não só a democracia, mas mantém, também, os direitos que a gente já tem, como o direito à educação".
Por João Carlos Moraes
