Idosa quer reencontrar família que não vê há 63 anos

Idosa quer reencontrar família que não vê há 63 anos Fotos: Divulgação/Arquivo de Família Notícia do dia 18/02/2020

Por Neudson Corrêa

 

A estudante Clíssia Alves, 18, neta da idosa Creuza Batista da Silva, 71, publicou uma carta nas redes sociais para anunciar que está à procura da família da sua avó que ficou em Parintins desde quando viajou, há 63 anos, para Belém-PA. Atualmente ela vive no município de São João da Ponta.

 

Creuza Batista, então com 8 anos de idade, morava na região do rio Uaicurapá, zona rural de Parintins, quando seus pais Argemiro Pinto da Silva e Avelina Batista da Silva permitiram que viajasse com uma prima para ir morar no vizinho estado do Pará.

 

Desde que deixou o lugar de origem poucas vezes teve notícias da família, mesmo porque o único meio para se comunicar era através de cartas, fato que, com o passar do tempo foi ficando raro. Foram apenas duas vezes que falou com os pais.

 

Já adulta, na capital paraense, passou a trabalhar como empregada doméstica, motivo pelo qual perdeu o contato com a única ligação familiar longe da terra natal, Parintins. Mas entre a angústia e a saudade, assistir pela TV a festa dos bumbás, sempre a deixava contente porque a transportava em pensamento para o seu torrão.    

 

Creuza casou-se, constituiu família e seis décadas depois alimenta ainda o sonho de reencontrar seus pais e, assim, poder celebrar o encontro com os novos membros, seus filhos, netos e bisnetos.

 

A esperança de realizar o sonho da avó foi compartilhada pela neta Clíssia Alves, que contou com a ajuda de uma amiga da cidade de São Caetano de Odivelas, município localizado na mesorregião do Nordeste paraense e na microrregião do Salgado.

 

Foram anos tentando localizar algo que pudesse ligar à raiz da avó com Parintins, hoje uma cidade bastante conhecida por sua força cultural, e muito diferente de quando viu pela última vez, em 1957, cujo os bumbás ainda faziam seus embates em versos e prosas pelas ruas do lugarejo.   

 

Clíssia Alves recorreu às redes socais e a colaboração de amigos para tornar possível um sonho acalentado por mais de seis décadas. “Já procurei no Facebook, mas não encontrei! Gente, estou me esforçando pra encontra a família da minha avó. Quero que vocês me ajudem a encontrar o paradeiro da família dela. Acho que ainda possa existir filhos dos irmãos dela”, relatou.

 

Evelyn Morais, sensibilizada com o drama vivido pela família da amiga, foi quem manteve contato com o Repórter Parintins. O assunto ganhou interesse da reportagem para localizar parentes de dona Creuza, os irmãos Aladilson, Julieta e Maria Milsa. 

 

A distância de 996 quilômetros que separam Parintins de São João da Ponta, cidade que a acolheu há 63 anos, pode estar sendo encurtado a partir da publicação desta reportagem. 

 

Coincidência ou não, há quatro anos o Repórter Parintins foi o elo para o reencontro de outras famílias, também do estado do Pará com a do Amazonas, sendo que os personagens ocupavam posições inversas.  

 

 

Tags: