Negligência de Bi Garcia e Alexandre da Carbrás deixa Mini Vila Olímpica no papel

Negligência de Bi Garcia e Alexandre da Carbrás deixa Mini Vila Olímpica no papel Foto: Igor de Souza Notícia do dia 23/02/2015

Há cinco anos a população de Parintins espera a construção da Mini Vila Olímpica no terreno em frente ao Centro de Estudos em Tempo Integral (Ceti), no bairro de São Vicente de Paulo. De acordo com o Portal da Transparência (www.transparencia.gov.br), do Governo Federal, Parintins recebeu parcela de R$ 144.248 em 18 de outubro de 2012 e tem até o próximo dia 21 de abril para prestar contas de todas as ações referentes à obra que ainda, aparentemente, não saiu da fase de implementação. O montante total do convênio federal é de R$ 780 mil.

 

Em fevereiro de 2010, a Prefeitura de Parintins teria firmado dois convênios com a Caixa Econômica Federal. O ex-prefeito Bi Garcia (PSDB) afirmou, segundo o site da prefeitura, que o município recebeu emenda de R$ 750 mil do deputado Marcelo Serafim e R$ 1 milhão e 300 mil do senador Artur Virgílio Neto (PSDB) e mais R$ 5 milhões e 850 mil para o estádio Tupy Cantanhede. O estádio só foi reformado em 2013 e inaugurado em 14 de abril do mesmo ano, já na gestão de Alexandre da Carbrás (PSD).

 

Em abril do mesmo ano, Bi afirmou que já havia R$ 1,3 milhão disponível para a construção do ginásio com palco para eventos culturais e mais R$ 800 mil para implantação do campo de futebol, construção de cerca e de uma quadra poliesportiva. Na segunda etapa, de acordo com o site da prefeitura de Parintins em 23 de março de 2010 haveria a construção de piscinas de treinamento e competição, área de treinamento e pista de atletismo, alojamento, auditório, refeitório e espaço para idosos.


 

O ex-prefeito ressaltou que a contrapartida municipal estava orçada em R$ 210 mil e que até o final da obra, prevista para iniciar em junho do mesmo ano e considerada uma das mais importantes em seu governo, seria utilizado um montante superior a R$ 5 milhões.

 

De acordo com notícia do dia 20 de abril de 2010, o ex-prefeito Bi Garcia, o ex-secretário de finanças Telo Pinto e o ex-secretário de obras Mateus Assayag visitaram a Superintendência da Caixa Econômica Federal para a construção do novo estádio Tupy Cantanhede e a Mini Vila Olímpica. Bi teria se encontrado com o presidente da Federação das Indústrias do Amazonas – FIEAM, Antônio Silva, onde teriam sido definidos investimentos para o município.

 

 

Crítica

Em maio de 2012, porém, uma comissão do Partido Social Democrático (PSD), legenda a qual Carbrás é filiado, esteve no gabinete do ex-deputado Fausto Souza. A então oposição criticou a falta de atitude de Bi Garcia e sua equipe e questionou o motivo das obras ainda não terem sido iniciadas. De acordo com a representante jovem do partido na época e candidata derrotada nas eleições para vereador, Jéssica Caroline, não havia explicação para a inércia de Garcia. “Não sabemos até agora o porquê desta falta de empenho das autoridades em realizar os serviços. Talvez falte vontade política para realizar as obras”, teria afirmado Jéssica. Quase três anos após estas declarações, e com o PSD no comando da prefeitura, a situação não mudou. Onde deveria ser a Mini Vila Olímpica é apenas um descampado de terra batida e a gestão de Carbrás não se manifesta em relação à retomada – início, na verdade – das obras.

 

Reféns do medo

A negligência de Bi e Carbrás transforma as pessoas que moram próximo ao local em reféns. De acordo com a estudante, Karllana Costa de Almeida, 21, moradora da rua Maués, o terreno onde seria construída a Mini Vila Olímpica tornou-se ponto de encontro para usuários de entorpecentes. “De vez em quando se juntam uns desocupados e começam a fumar o que não deve e se danam a beber cachaça. Enquanto não constroem, deveriam pelo menos isolar e restringir o acesso”, destaca a estudante.

 

Um comerciante, que pediu anonimato temendo represálias, relata que o número de furtos no local cresceu consideravelmente nos últimos meses. “As pessoas vêm ao culto (de uma igreja evangélica na esquina da Fausto Bulcão com a Barreirinha) e saem com medo de serem roubados. Pessoal evita vir a noite no meu comércio e no mercado da esquina (Maués com Barreirinha) com medo de serem roubados. O Ronda no Bairro não passa. Estamos reféns dessa situação”, desabafa o comerciante.

 

João Carlos Siqueira para o Repórter Parintins

 

 

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