Anônimos ou não. Escultores, pintores, soldadores, desenhistas, aderecistas, figurinistas, design e auxiliares, etc., dão ‘vida’ ao carnaval no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Os artistas plásticos de Parintins fazem a diferença, com um verdadeiro festival de criatividade. As alegorias e módulos impressionam pelos movimentos feitos pela ‘tecnologia cabocla’, com efeitos de pintura em toque refinado de cores e tons. É de tirar o fôlego.
Parintins virou uma marca conceituada dos barracões das escolas de samba para o protagonismo nos sambódromos do Anhembi e Marquês de Sapucaí. Os operários do boi-bumbá se dedicam aos trabalhos durante um período de seis meses, após o término do festival folclórico na Ilha de Caprichoso e Garantido. Nas transmissões televisivas, os comentaristas mencionam o valor dos homens por trás das gigantescas peças artísticas.
No Rio de Janeiro, os parintinenses compõem várias frentes de trabalho: Rossy Amoêdo (Portela), Jairzinho Mendes (Salgueiro), Teco Mendes (Vila Isabel), Kennedy Moraes (Beija-Flor), Ronan Marinho (Imperatriz), Marlon Cardoso (Grande Rio), Neto Barbosa (Mangueira), João Tatuagem, entre outros. A ida dos artistas de Parintins ao carnaval carioca começou na década de 1980, com o mestre Jair Mendes, e se estreitou a partir de 1990.
O artista de ponta do Boi Garantido, Zilkson Reis, foi o primeiro parintinense carnavalesco no carnaval de São Paulo e defende a Gaviões da Fiel. Na escola de samba Tom Maior, o artista de ponta do Garantido, Antônio Cansanção, trabalha há anos nas alegorias. Também da elite do Garantido, Jonathas Marinho, o ha, coordena a equipe ‘águia’ da Unidos de Vila Maria. Outros nomes atuam na função de ajudantes nas escolas paulistas.
Expectativa
Em São Paulo, o artista do Boi Caprichoso, Márcio Gonçalves, é carnavalesco há seis anos da tricampeã Mocidade Alegre e vive a expectativa do tetracampeonato. De ‘poeirinha’ (ajudante) no início do ano 2000 na equipe de Juarez Lima a artista de ponta em 2014, Márcio Gonçalves começou a trabalhar na terra da garoa em 2004 pela escola de samba X9 Paulistana. A experiência no do boi lhe credenciou à função de ajudante no barracão.
Em 2009, assumiu a parte alegórica da Mocidade e se tornou carnavalesco. Na escola tricampeã, ainda tem o jovem figurinista do Caprichoso, Fabson Rodrigues, nas fantasias da comissão de frente e Estevão Gomes nas esculturas. A escola se apresentou na última noite de desfile de São Paulo, na madrugada de domingo, 15. Márcio Gonçalves está confiante no título. A Mocidade Alegre defendeu o enredo “Nos palcos da vida, uma vida nos palcos... Marília”.