MPAM intervém para que Hospital de Tabatinga não fique sem serviço de diagnóstico de imagens

MPAM intervém para que Hospital de Tabatinga não fique sem serviço de diagnóstico de imagens Foto: Divulgação / MPAM Notícia do dia 20/09/2019

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) ajuizou um pedido para impedir que a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) deixe o município de Tabatinga sem exames de diagnósticos por imagem. O pedido (de tutela antecipada em caráter antecedente) foi ajuizado pela 2ª Promotoria de Justiça de Tabatinga (2ª PJT) nesta quinta-feira, dia 19/09, e requer ao Judiciário que obrigue o Estado do Amazonas a não retirar ou autorizar a retirada dos kits de digitalização de imagem do Hospital de Guarnição de Tabatinga e da Unidade de Pronto Atendimento, sob pena de pagamento de multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento.


"O diagnóstico por imagem é etapa essencial em diversos tratamentos médicos, especialmente nos de média e alta complexidade, como é o caso do Hospital de Guarnição e da Unidade de Pronto Atendimento de Tabatinga. A ausência do referido equipamento pode causar graves e irreparáveis danos ao acesso à saúde da população da cidade de Tabatinga e de todas as cidades da região do Alto Solimões que são atendidas pelo hospital de referência", argumentou o Promotor de Justiça Sylvio Henrique Lorena Duque Estrada, da 2ª PJT.


Ainda no dia 17/09, o Promotor foi procurado pelo diretor do Hospital de Guarnição de Tabatinga, que relatou que a mesa digitalizadora, equipamento utilizado no diagnóstico por imagem do hospital, seria recolhida, nos próximos dias, pela falta de pagamento do aluguel do equipamento pela Susam à empresa Bioplus Comércio e Representação de Medicamentos e Serviços e Equipamento Médico-Hospitalares Ltda. – ME.


O diretor do Hospital apresentou ao Promotor de Justiça uma cópia do ofício n.º 4808/2019, da Secretaria Executiva Adjunta de Atenção Especializado do Interior (Seaasi) para empresa Bioplus, de 11/09, informando que os kits digitalizadores de imagens dos oito municípios listados no documento poderiam ser retirados "imediatamente" das unidades de saúde. Além de Tabatinga, o ofício atingia os municípios de Barcelos, Eirunepé, Humaitá, Lábrea, Manaquiri, Maraã e Tonantins.


A retirada dos kits de imagens agrava a situação da Saúde no Município, pois, além disso o Estado do Amazonas deixou de repassar recursos financeiros ao Hospital de Guarnição de Tabatinga, o que põe em risco o atendimento à população civil da região. O Hospital é do Exército Brasileiro, portanto, da União Federal, atendendo, inclusive, pessoas dos países vizinhos Peru (cidade de Santa Rosa) e Colômbia (Letícia). A interrupção dos repasses será investigada pelo Inquérito Civil 001/2019, da 2ªPJT, instaurado no dia 19/09.


Contra a frequente justificativa dos governantes de falta de recursos, a teoria da reserva do possível, em casos como o que está acontecendo em Tabatinga e nos demais municípios ameaçados de ficar sem equipamentos de diagnóstico por imagem, Promotor adverte que: "Sendo considerado direito fundamental componente do mínimo existencial, imprescindível para a conservação da dignidade da pessoa humana, não é admissível a alegação de reserva do possível como forma de obstar a pretensão individual de proteção do direito à saúde".

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